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FUTEBOL
Em alta, os principais times da capital italiana, Roma e Lazio, desbancam o "trio do norte" Juventus, Inter e Milan
Roma vira "Meca da bola" no ano 2000
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Em plena comemoração dos
2.000 anos do nascimento de Jesus Cristo, a cidade de Roma, onde está incrustado o Vaticano, virou a ""Meca do futebol".
A capital italiana respira futebol
como poucas vezes antes. As duas
torcidas da cidade brindam um
ano histórico. A Lazio conseguiu
no primeiro semestre um título
que perseguia desde 1974. Já a Roma caminha agora a passos largos
para a sua primeira conquista do
Italiano desde 1983.
Neste mês, entre celebrações do
Natal e do Jubileu 2000, as duas
equipes irão se enfrentar no estádio Olímpico de Roma no jogo
mais esperado na Itália no ano.
A partida, que acontecerá no
próximo final de semana, marcará de vez a ascensão de Roma no
milionário futebol italiano.
Nos últimos 15 anos, o norte da
Itália, com o trio Juventus, Milan e
Inter, montou poderoso império
que concentrou os títulos.
A Lazio começou há alguns
anos a investir pesado em contratações, mas só derrubou a supremacia de Turim e Milão e um longo e indigesto tabu na rodada derradeira do torneio 1999/2000.
A Roma seguiu então os passos
da rival e, devidamente reforçada,
faz o segundo início de temporada mais eficiente do Campeonato
Italiano desde que a vitória passou a valer três pontos -o time
romano soma 22 pontos em 27
possíveis, conseguindo um ponto
a menos do que a Inter obteve na
temporada 97/98 após nove rodadas de disputa.
Os dois times possuem elencos
que orgulham duplamente suas
torcidas. Têm vários astros internacionais, como Batistuta, Salas,
Verón, Cafu, Crespo e Emerson, e
também a nata da nova geração
do futebol italiano, como Montella, Totti, Nesta e Inzaghi.
No momento em que a rivalidade entre Lazio e Roma aumenta,
os dois clubes decidiram fazer um
""jogo da fraternidade". Está previsto para 31 de janeiro um duelo
entre duas seleções compostas
por jogadores dos dois times.
Uma equipe de estrangeiros de
Lazio e Roma enfrentará outra de
italianos dos dois clubes.
Roma já recebeu neste ano um
histórico ""jogo da paz". O papa
João Paulo 2º foi ao estádio Olímpico e assistiu pela primeira vez a
um jogo de futebol, fato inédito.
Em campo, uma seleção formada por jogadores italianos e outra
de atletas estrangeiros que atuam
na Itália ficaram no 0 a 0.
O papa João Paulo 2º, que já
atuou como goleiro na adolescência, abençoou uma série de jogadores dos times romanos nesta
temporada.
E as duas equipes esbanjam fé.
A Roma, apelidada de ""panzer"
após mais uma vitória convincente na Copa da Uefa, acredita ser
possível ganhar o título nacional e
o torneio europeu com a equipe
que o técnico Fabio Capello montou para a temporada.
Já a Lazio, mesmo com campanha ruim no Italiano e na Copa
dos Campeões, crê em uma virada a partir do clássico de domingo
com a Roma.
Já não há ingressos para a partida, mas, atualmente, entradas para qualquer jogo dos dois times
em Roma acabam logo. A torcida
da Roma, que é maioria na cidade, está especialmente eufórica no
momento com a liderança isolada
do Campeonato Italiano.
A contratação do atacante Batistuta é vista como uma dádiva.
O argentino já é comparado ao
volante brasileiro Falcão, que
conduziu a Roma ao ""scudetto"
há 17 anos, quando a equipe conseguiu seu último sucesso.
A Lazio, que teve o técnico sueco Sven Goran Eriksson como um
dos salvadores no caminho até o
título, tem o orgulho de proporcionar à tradicional seleção da Inglaterra o primeiro treinador estrangeiro de sua história -Eriksson assumirá o ""English Team"
no próximo ano.
Mas hoje os times de Roma não
vivem só de um ou outro salvador. Os dois clubes se firmaram
entre os mais ricos e poderosos na
Europa nesta temporada.
A Lazio, segundo estudo feito
pela consultoria Deloitte & Touche, é a oitava equipe que mais lucro conseguiu no continente em
2000 -faturou US$ 50 milhões.
As ações do time na Bolsa de Valores foram bastante valorizadas.
Já a Roma conseguiu faturar
US$ 40 milhões na temporada
mesmo tendo gasto quase esse valor na contratação de Batistuta.
Com a crise de Juventus, Milan e
Inter (estavam na sexta, oitava e
nona posições no Italiano, respectivamente, até a rodada deste fim-de-semana), o império romano
está como nunca no auge.
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