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Treinador volta
a usar Edmundo
como defesa
DO PAINEL FC
O fato de Edmundo ter admitido que recebeu empréstimo
de Luxemburgo será fundamental para provar a inocência
do ex-técnico da seleção. É isso
o que acha sua defesa.
Em agosto de 1998, cheque de
R$ 200 mil assinado por Luxemburgo foi depositado na
conta da Compugraphics, empresa suspeita de fazer lavagem
de dinheiro.
A primeira explicação do
treinador foi que o cheque havia sido dado a Edmundo. O
atacante, então, poderia tê-lo
repassado à Compugraphics.
Outra possibilidade é que tenha sido dado a uma imobiliária, cujo nome o técnico não se
lembra, e que estaria intermediando a compra de um apartamento para o treinador.
Tendo recebido os R$ 200 mil
de Luxemburgo, a imobiliária
poderia tê-lo repassado à Compugraphics -a pessoa física ou
jurídica que estava vendendo o
imóvel também poderia tê-lo
feito, diz ele.
Como nenhum cheque do
treinador nem a Edmundo
nem à imobiliária teria sido encontrado, a desorganização do
treinador ficaria evidente, dizem seus advogados.
Assim como o atacante, Luxemburgo não saberia dizer de
que forma fez o empréstimo de
cerca de R$ 200 mil ao atleta.
Pode ter sido em cheque, mas
também pode ter sido em dinheiro, afirma o treinador.
Se foi em cheque -e não haveria nenhum assinado pelo
técnico em nome do atacante-, Edmundo teria, de fato,
repassado-o para uma terceira
pessoa ou empresa.
Será essa, enfim, a tônica da
defesa do treinador. Sem tempo para administrar suas finanças, ele teria feito empréstimos
a pelo menos 18 pessoas físicas,
sempre deixando em branco o
nome do beneficiário. Se esse
depositou em sua conta ou na
de terceiros, Luxemburgo não
teria condições de dizer.
Seu erro, portanto, seria ter
confiado nas pessoas às quais
fez empréstimos.
Já em relação a sua participação em leilões, por intermédio
de Renata Carla Alves, deve
adotar nova estratégia.
Até agora, vinha dizendo que
a ex-assessora sumiu com o dinheiro obtido com a venda de
todos os bens -exceto dois ou
três- adquiridos em leilões
-seriam mais de cem.
A partir de agora, deve dizer
que foi ela a responsável por
parte dos R$ 4,6 milhões de depósitos em dinheiro vivo encontrados em sua conta.
O certo é que em hipótese alguma a defesa de Luxemburgo
admitirá qualquer recebimento por participação em negociação de jogadores. Isso ele
continua e continuará dizendo
que nunca fez.
(JCA)
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