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CPIs apuram elo com narcotráfico
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
As CPIs que investigam o futebol no Congresso vão se dedicar à
análise do relatório final da CPI
do Narcotráfico. Há indícios, segundo os parlamentares, de que o
"mundo do futebol" seja usado
como uma "lavanderia" para o dinheiro advindo do tráfico no país.
Segundo a CPI do Futebol, investigações do deputado Robson
Tuma (PFL-SP) indicam que a
troca de jogadores entre clubes de
futebol pode ter sido usada para
lavar dinheiro do narcotráfico.
Pelo menos dois times, cujos
nomes não foram revelados, são
suspeitos de terem utilizado o expediente nos últimos anos.
A CPI do Narcotráfico decidiu,
por uma questão operacional,
deixar de lado as investigações no
futebol, que poderão agora ser
ampliadas pelas comissões que
vasculham o futebol brasileiro.
Segundo a Folha apurou, os
dois times fazem parte do Clube
dos 13, a associação das 20 maiores equipes do país.
"Os relatórios da CPI do Narcotráfico estão aí, são públicos, precisam ser analisados. É o que vamos fazer", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da
CPI do Futebol.
O Paraná, Estado do senador,
foi um dos mais citados no relatório final da CPI do Narcotráfico.
O ex-presidente do Guarani
Luiz Roberto Zini, indiciado pela
CPI do Narcotráfico, também pode ser chamado a depor no Senado e na Câmara, onde funciona a
CPI da CBF/Nike.
No final dos anos 80 e no início
dos 90, o Guarani esteve entre os
clubes que mais compraram, venderam e emprestaram atletas.
Só com o Flamengo, o Guarani
fez mais de dez trocas em quase
cinco anos, envolvendo nomes famosos como o meia Djalminha,
atualmente na Espanha.
O advogado Arthur Eugênio
Mathias, que trabalhou para Zini,
também foi indiciado pela CPI do
Narcotráfico. Ele acusa a comissão de abuso de poder.
Zini, que dirigiu o time de Campinas com mão-de-ferro por quase uma década, não fala sobre o
caso. Segundo seus parentes, ele
tornou-se evangélico e não gosta
de comentar o assunto, mas nega
ligação com o narcotráfico.
Outro ponto que, segundo os
parlamentares, precisa ser investigado é a relação do técnico
Wanderley Luxemburgo com a
Compugraphics, empresa suspeita, de acordo com a CPI do Narcotráfico, de enviar dinheiro de maneira ilegal para o exterior.
Um cheque de Luxemburgo
apareceu na movimentação financeira da empresa.
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