São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corinthians encerra jejum de 6 meses

Mano Menezes muda esquema tático da equipe em primeiro triunfo longe de seus domínios desde agosto do ano passado

Ituano 1
Corinthians 2

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A ITU

Foram 178 dias de espera. Depois de 12 jogos sem vencer fora de casa, o Corinthians encerrou o jejum ontem em Itu. A última vitória da equipe fora de São Paulo havia sido em 15 de agosto do ano passado, contra o Botafogo, pelo Brasileiro.
Antes da partida, o técnico Mano Menezes explicou a opção pelo 3-5-2. "O campo aqui oferece dificuldade pelo meio, então adiantamos nossos alas, para explorar o jogo pelas laterais." Funcionou. E logo cedo.
Aos 3min, André Santos cobrou falta pela direita. Chicão tentou a finalização e celebrou o gol. Mas, no intervalo, confessou que não tinha certeza da autoria. "Acho que toquei, foi muito rápido", declarou o zagueiro. Mas a arbitragem atribuiu o gol para o ala-esquerdo da equipe corintiana.
A desvantagem empurrou o time do interior à frente, permitindo ao time de Mano Menezes explorar os contra-ataques, sobretudo pelo lado direito, com Alessandro.
Seguro na retaguarda, com o trio formado por William, Carlão e Chicão soberano contra o ataque do Ituano, o time do Parque São Jorge não chegou a ser ameaçado.
E teve muitas chances de aumentar a vantagem antes do intervalo. Só o meia Lulinha, que ainda não conseguiu seu primeiro gol como profissional, perdeu duas boas chances.
Na primeira, ele recebeu um passe açucarado de Alessandro -o jogador mais acionado da etapa inicial, com 18 bolas recebidas, segundo o Datafolha. Tinha tempo para dominar antes de chutar, mas preferiu tentar de voleio e mandou sobre o gol de Diego.
A seguir, após novo contragolpe pela direita, ele recebeu na entrada da área e errou o gol.
Antes do intervalo, André Santos quase ampliou. Praticamente do mesmo ponto de onde chutou para abrir o placar, o ala tentou surpreender com um levantamento o goleiro. Mas a bola parou na trave.
No retorno do vestiário, Mano Menezes se disse satisfeito pelo desempenho corintiano. Mas fez uma ressalva: "Era para estar 4 a 0, mas está só 1".
O Ituano mostrou mais vontade no início do segundo tempo, exigindo duas boas defesas de Felipe no mesmo lance. Mas logo o ímpeto seria resfriado.
Perdigão, que entrou no intervalo, deu lindo lançamento para Lulinha. O meia foi parcialmente desarmado, e Dentinho chegou batendo. Com o goleiro batido, o zagueiro Fábio Fidélis tentou salvar em cima da linha com um bicão. Mas a bola acertou o ala-direito Boiadeiro e voltou contra o gol do Ituano: 2 a 0 Corinthians.
Sem mais nada a perder, o Ituano passou a atacar desordenadamente e até levou algum perigo com Éder e Ramon. Mas abriu uma verdadeira avenida para os contra-ataques.
Em um deles, Acosta, que acabara de entrar e articulou o lance, reclamou com Lulinha, que preferiu chutar (fraco, rasteiro e no meio do gol) a acionar o jogador uruguaio.
Depois, outro gol feito desperdiçado. O volante Perdigão, da intermediária do campo defensivo, deu ótimo lançamento para Dentinho pela direita. O atacante tinha três companheiros na área e cruzou. Mas André Santos chegou desequilibrado e chutou para fora.
A seguir, veio a punição, numa rara falha da defesa corintiana. Depois de cruzamento pela direita, a bola sobrou para Lino, que fez para o Ituano.
O Corinthians ainda perdeu ótima chance no final, quando Perdigão -novamente ele- deu passe para Lulinha, livre. Ele tinha a opção de acionar Dentinho, que estava completamente sozinho a seu lado. Mas chutou para fora.
Nos acréscimos, a equipe do Parque São Jorge preferiu responder à tática suicida do Ituano com trocas de passes no campo de ataque, para assegurar o fim do jejum fora de casa.
Na quarta-feira, o Corinthians estréia na Copa do Brasil, contra o piauiense Barras, em Goiânia.


Texto Anterior: Soninha: Quase vexame...
Próximo Texto: Mano tem a 1ª expulsão da carreira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.