São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Corinthians sofre, mas sem clima de Libertadores

Equipe desperdiça hospitalidade rara em um confronto do torneio continental, mas Mano Menezes celebra resultado

Independiente 1
Corinthians 1


DO ENVIADO A BOGOTÁ

Em seu primeiro jogo fora de casa na Libertadores, o Corinthians só empatou. Mesmo sem ainda ter conhecido o temido "clima de Libertadores".
O estádio El Campín pouco lembrou os piores momentos da competição, e o time alvinegro não passou de um empate contra o Independiente Medel-lín, quase tão visitante quanto a equipe brasileira em Bogotá.
O resultado, no entanto, não frustrou os planos do técnico Mano Menezes, que optou por uma formação bastante conservadora diante do rival.
Sem poder contar com Alessandro, que sentiu dores musculares, o treinador fez algumas alterações de surpresa.
Além de Marcelo Mattos improvisado no lado direito da defesa, o Corinthians teve o meio--campo com marcação reforçada. Jucilei, Elias e Ralf ocupavam o setor, que ainda contava com Danilo e Jorge Henrique quando o time perdia a bola.
Para isso, Mano sacou seu homem de confiança, Tcheco, que nem sequer entrou.
O jogo truncado, sem grandes chances, só foi alterado após o Independiente, já no segundo tempo, abrir o placar com Valoyes, impedido.
Um gol de Dentinho, nos minutos finais, evitou a derrota.
"A equipe teve força para chegar com mais volume. É importante pontuar", disse Mano.
Mas o futebol cadenciado e o conservadorismo tático de Mano não podem ser atribuídos ao clima que envolveu a partida.
Bem diferente das mitológicas "batalhas" que times brasileiros esperam ao jogar como visitantes na Libertadores.
Desde que a delegação corintiana chegou a Bogotá, e mesmo antes de o elenco desembarcar na véspera do jogo, o tratamento nada teve a ver com as histórias da Libertadores.
O time chegou na noite de anteontem à cidade, atrasado. Mesmo assim, conseguiu fazer reconhecimento do gramado. Ontem, diretores corintianos que estavam em Bogotá foram recebidos com almoço por cartolas do Independiente.
Ao estádio, o Corinthians pôde chegar sem ser molestado por torcedores rivais. Durante a partida, as manifestações lembravam mais uma partida de tênis do que futebol.
Exceção feita às torcidas organizadas do time colombiano, não eram os times que recebiam aplausos, mas as jogadas. De ambos os lados. A cada toque na bola de Ronaldo e Roberto Carlos, suspiros, respirações presas e gritos de incentivo iguais aos dispensados aos ataques do Independiente.
Ao sair para a entrada de Souza, o Fenômeno foi aplaudido de pé pela torcida, que, ao ver o número 9 na placa de substituição, soltou um "ah!" em uníssono. (PAULO GALDIERI)


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