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Corinthians sofre, mas sem clima de Libertadores
Equipe desperdiça hospitalidade rara em um confronto do
torneio continental, mas Mano Menezes celebra resultado
Independiente 1
Corinthians 1
DO ENVIADO A BOGOTÁ
Em seu primeiro jogo fora de
casa na Libertadores, o Corinthians só empatou. Mesmo sem
ainda ter conhecido o temido
"clima de Libertadores".
O estádio El Campín pouco
lembrou os piores momentos
da competição, e o time alvinegro não passou de um empate
contra o Independiente Medel-lín, quase tão visitante quanto a
equipe brasileira em Bogotá.
O resultado, no entanto, não
frustrou os planos do técnico
Mano Menezes, que optou por
uma formação bastante conservadora diante do rival.
Sem poder contar com Alessandro, que sentiu dores musculares, o treinador fez algumas alterações de surpresa.
Além de Marcelo Mattos improvisado no lado direito da defesa, o Corinthians teve o meio--campo com marcação reforçada. Jucilei, Elias e Ralf ocupavam o setor, que ainda contava
com Danilo e Jorge Henrique
quando o time perdia a bola.
Para isso, Mano sacou seu
homem de confiança, Tcheco,
que nem sequer entrou.
O jogo truncado, sem grandes chances, só foi alterado
após o Independiente, já no segundo tempo, abrir o placar
com Valoyes, impedido.
Um gol de Dentinho, nos minutos finais, evitou a derrota.
"A equipe teve força para
chegar com mais volume. É importante pontuar", disse Mano.
Mas o futebol cadenciado e o
conservadorismo tático de Mano não podem ser atribuídos ao
clima que envolveu a partida.
Bem diferente das mitológicas "batalhas" que times brasileiros esperam ao jogar como
visitantes na Libertadores.
Desde que a delegação corintiana chegou a Bogotá, e mesmo antes de o elenco desembarcar na véspera do jogo, o tratamento nada teve a ver com as
histórias da Libertadores.
O time chegou na noite de
anteontem à cidade, atrasado.
Mesmo assim, conseguiu fazer
reconhecimento do gramado.
Ontem, diretores corintianos
que estavam em Bogotá foram
recebidos com almoço por cartolas do Independiente.
Ao estádio, o Corinthians pôde chegar sem ser molestado
por torcedores rivais. Durante
a partida, as manifestações
lembravam mais uma partida
de tênis do que futebol.
Exceção feita às torcidas organizadas do time colombiano,
não eram os times que recebiam aplausos, mas as jogadas.
De ambos os lados. A cada toque na bola de Ronaldo e Roberto Carlos, suspiros, respirações presas e gritos de incentivo iguais aos dispensados aos
ataques do Independiente.
Ao sair para a entrada de
Souza, o Fenômeno foi aplaudido de pé pela torcida, que, ao
ver o número 9 na placa de
substituição, soltou um "ah!"
em uníssono.
(PAULO GALDIERI)
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