São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Tostão

O duelo virtual

Jogo entre seleção de 70 e atual seria equilibrado; sou mineiro e realista

JÁ ME pediram umas mil vezes, principalmente os jornalistas estrangeiros, para fazer uma comparação da seleção de 70 com a atual. Pelé diz que a de 70 ganharia se houvesse uma partida entre as duas seleções no campo dos sonhos. A seleção atual tem jogadores tão excepcionais quanto as de 70, 58 e 82. A diferença é Pelé. O time de 70 tinha um ótimo conjunto. Ainda não temos certeza se a atual será tão forte coletivamente. Preocupa-me a consagração do time antes da competição. No virtual duelo entre a seleção de 70 e a de hoje, haveria equilíbrio. Não estou sendo diplomático nem sou tucano. É a realidade. Sempre que um mineiro diz algo equilibrado -não é com freqüência o meu caso-, dizem que ele ficou em cima do muro. Depois de carimbado, é difícil perder o rótulo. A seleção de 70 teria a vantagem de ter Pelé. A atual teria mais velocidade e força física, além de possuir grandes jogadores. A seleção atual tem grandes chances de ganhar a Copa, encantar e ficar na história como uma das maiores de todos os tempos. Tomara!

Cerveja e salsicha
Quando era adolescente, diziam que a Alemanha era o símbolo da eficiência e da disciplina. Tudo que era alemão era bom e confiável. Não é tanto assim. Os alemães seguem competentes, mas estão hoje mais preocupados com a qualidade de vida, da cerveja e da salsicha. É o povo europeu que mais viaja, que tem mais dias de férias no ano, que trabalha menos horas por dia e é o país com o maior número de feriados por ano. Escutava ainda na adolescência que os alemães eram pragmáticos e utilitaristas. Se fosse só isso, não teriam tantos gênios na literatura, na música e em todas as artes. Tempos atrás, viajei de avião ao lado de um operário alemão que voltava de umas férias de 30 dias no Rio. Ele fazia isso todos os anos e se hospedava em um pequeno hotel na zona norte. Perguntei-lhe se não tinha medo da violência, e ele respondeu: "Não há problemas. Todos me chamam de gringo e me tratam muito bem". O Brasil é realmente um país de contrastes.

tostao.folha@uol.com.br


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