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Tostão
O duelo virtual
Jogo entre seleção
de 70 e atual seria
equilibrado; sou
mineiro e realista
JÁ ME pediram umas
mil vezes, principalmente os jornalistas
estrangeiros, para fazer
uma comparação da seleção de 70 com a atual. Pelé
diz que a de 70 ganharia se
houvesse uma partida entre as duas seleções no
campo dos sonhos.
A seleção atual tem jogadores tão excepcionais
quanto as de 70, 58 e 82. A
diferença é Pelé. O time de
70 tinha um ótimo conjunto. Ainda não temos
certeza se a atual será tão
forte coletivamente. Preocupa-me a consagração do
time antes da competição.
No virtual duelo entre a
seleção de 70 e a de hoje,
haveria equilíbrio. Não estou sendo diplomático
nem sou tucano. É a realidade. Sempre que um mineiro diz algo equilibrado
-não é com freqüência o
meu caso-, dizem que ele
ficou em cima do muro.
Depois de carimbado, é difícil perder o rótulo.
A seleção de 70 teria a
vantagem de ter Pelé. A
atual teria mais velocidade
e força física, além de possuir grandes jogadores.
A seleção atual tem
grandes chances de ganhar a Copa, encantar e ficar na história como uma
das maiores de todos os
tempos. Tomara!
Cerveja e salsicha
Quando era adolescente, diziam que a Alemanha era o símbolo da eficiência e da disciplina.
Tudo que era alemão era
bom e confiável.
Não é tanto assim. Os
alemães seguem competentes, mas estão hoje
mais preocupados com a
qualidade de vida, da cerveja e da salsicha. É o povo europeu que mais viaja, que tem mais dias de
férias no ano, que trabalha menos horas por dia e
é o país com o maior número de feriados por ano.
Escutava ainda na adolescência que os alemães
eram pragmáticos e utilitaristas. Se fosse só isso,
não teriam tantos gênios
na literatura, na música e
em todas as artes.
Tempos atrás, viajei de
avião ao lado de um operário alemão que voltava
de umas férias de 30 dias
no Rio. Ele fazia isso todos os anos e se hospedava em um pequeno hotel
na zona norte. Perguntei-lhe se não tinha medo da
violência, e ele respondeu: "Não há problemas.
Todos me chamam de
gringo e me tratam muito
bem". O Brasil é realmente um país de contrastes.
tostao.folha@uol.com.br
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