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Trinidad festeja sua epopéia
Menor país na história das Copas estréia com um empate ante a Suécia mesmo com um a menos
Goleiro Hislop, 37, escalado momentos antes do jogo, pára o melhor ataque das eliminatórias européias
e se torna herói trinitário
DA REPORTAGEM LOCAL
A estréia de Trinidad e Tobago no Mundial da Alemanha se
transformou na primeira zebra
do torneio. A equipe caribenha,
debutante em Copas, empatou
em 0 a 0 com a Suécia, a despeito de ter atuado desde o minuto
inicial do segundo tempo com
um atleta a menos.
A conquista do primeiro ponto logo na estréia foi motivo de
festa para os atletas trinitários,
que comemoraram com sua pequena torcida no estádio de
Dortmund como se a equipe tivesse conquistado um título.
"[O empate] tem tudo a ver
com futebol e sonhos", disse o
atacante Dwight Yorke, 34, um
dos mais experientes da equipe. "Estrear contra uma nação
poderosa no futebol como a
Suécia e, obviamente, sendo
um país pequeno como o nosso... É um resultado grandioso
para a gente. Grandioso."
Menor país da história dos
Mundiais -a ilha caribenha
tem 5.130 km2 de área-, Trinidad e Tobago enfrentou o mais
longo caminho das 32 seleções
até a classificação à Alemanha:
foram 20 jogos, incluindo um
mata-mata com o Bahrein.
Tratados como heróis nacionais pela vaga na Copa, os jogadores de Trinidad, a maioria
com experiência apenas em
clubes de divisões intermediárias do futebol inglês, seguraram uma das seleções mais
ofensivas da Europa.
Com 30 gols em dez jogos, a
equipe do técnico Lars Lagerback teve o melhor ataque das
eliminatórias européias. Dois
terços saíram dos pés do tridente formado por Larsson,
Ljungberg e Ibrahimovic, astros de Barcelona, Arsenal e
Juventus, respectivamente,
mas que falharam ontem.
O empate ainda foi diante de
uma das seleções mais experientes em Copas -esta é a 12ª
participação dos suecos.
Ontem, porém, faltou pontaria para os escandinavos. Foram 24 finalizações, das quais
apenas 8 acertaram o gol. Restou lamentar as chances desperdiçadas, para desespero da
maioria sueca entre os 63 mil
torcedores no estádio.
"Nós tivemos uma série de
chances para marcar. Jogamos
bem, fizemos de tudo, menos
os gols. Às vezes não fomos
precisos o suficiente, e o goleiro deles realizou defesas excelentes", lamentou Lagerback.
De fato, apesar da badalação
em torno de Yorke, ex-atacante
do Manchester United que acabou eleito o melhor da partida
pela Fifa, o destaque de Trinidad foi o goleiro Shaka Hislop,
37. Ele praticou oito defesas, ao
menos cinco diante de suecos
livres à sua frente.
Hislop, no entanto, só foi
confirmado momentos antes
da partida, uma vez que a primeira opção do técnico Leo
Beenhakker para o gol, Kelvin
Jack, sentiu uma lesão no joelho durante o aquecimento.
"Eles [os suecos] têm um
pouco mais de talento, mas nós
não paramos de lutar", afirmou
o holandês Beenhakker.
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