São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Trinidad festeja sua epopéia

Menor país na história das Copas estréia com um empate ante a Suécia mesmo com um a menos

Goleiro Hislop, 37, escalado momentos antes do jogo, pára o melhor ataque das eliminatórias européias e se torna herói trinitário


DA REPORTAGEM LOCAL

A estréia de Trinidad e Tobago no Mundial da Alemanha se transformou na primeira zebra do torneio. A equipe caribenha, debutante em Copas, empatou em 0 a 0 com a Suécia, a despeito de ter atuado desde o minuto inicial do segundo tempo com um atleta a menos.
A conquista do primeiro ponto logo na estréia foi motivo de festa para os atletas trinitários, que comemoraram com sua pequena torcida no estádio de Dortmund como se a equipe tivesse conquistado um título.
"[O empate] tem tudo a ver com futebol e sonhos", disse o atacante Dwight Yorke, 34, um dos mais experientes da equipe. "Estrear contra uma nação poderosa no futebol como a Suécia e, obviamente, sendo um país pequeno como o nosso... É um resultado grandioso para a gente. Grandioso."
Menor país da história dos Mundiais -a ilha caribenha tem 5.130 km2 de área-, Trinidad e Tobago enfrentou o mais longo caminho das 32 seleções até a classificação à Alemanha: foram 20 jogos, incluindo um mata-mata com o Bahrein.
Tratados como heróis nacionais pela vaga na Copa, os jogadores de Trinidad, a maioria com experiência apenas em clubes de divisões intermediárias do futebol inglês, seguraram uma das seleções mais ofensivas da Europa.
Com 30 gols em dez jogos, a equipe do técnico Lars Lagerback teve o melhor ataque das eliminatórias européias. Dois terços saíram dos pés do tridente formado por Larsson, Ljungberg e Ibrahimovic, astros de Barcelona, Arsenal e Juventus, respectivamente, mas que falharam ontem.
O empate ainda foi diante de uma das seleções mais experientes em Copas -esta é a 12ª participação dos suecos.
Ontem, porém, faltou pontaria para os escandinavos. Foram 24 finalizações, das quais apenas 8 acertaram o gol. Restou lamentar as chances desperdiçadas, para desespero da maioria sueca entre os 63 mil torcedores no estádio.
"Nós tivemos uma série de chances para marcar. Jogamos bem, fizemos de tudo, menos os gols. Às vezes não fomos precisos o suficiente, e o goleiro deles realizou defesas excelentes", lamentou Lagerback.
De fato, apesar da badalação em torno de Yorke, ex-atacante do Manchester United que acabou eleito o melhor da partida pela Fifa, o destaque de Trinidad foi o goleiro Shaka Hislop, 37. Ele praticou oito defesas, ao menos cinco diante de suecos livres à sua frente.
Hislop, no entanto, só foi confirmado momentos antes da partida, uma vez que a primeira opção do técnico Leo Beenhakker para o gol, Kelvin Jack, sentiu uma lesão no joelho durante o aquecimento.
"Eles [os suecos] têm um pouco mais de talento, mas nós não paramos de lutar", afirmou o holandês Beenhakker.


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