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Desordem marca show de abertura
Falhas atormentam fãs no concerto da Copa e geram dúvida para 1º jogo
Gianluigi Guercia/France Presse
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A banda Black Eyed Peas se exibe durante o show de abertura da Copa da África
LAURA CAPRIGLIONE
PAULA CESARINO COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Falhou. Apesar das juras
da África do Sul de que está
pronta para sediar a Copa, o
primeiro grande evento, realizado ontem à noite em Johannesburgo, acabou em desorganização, filas, congestionamento e confusão.
O show de celebração no
Orlando Stadium, em Soweto, reuniu 36 mil pessoas para ouvir músicos sul-africanos e estrangeiros, como
Black Eyed Peas, Alicia Keys,
Shakira, John Legend, Angelique Kidjo e Amadou. Nunca
se cantou tanto a África.
O trânsito parou. Os 30 km
que separam Sandton, distrito nobre da cidade, do local
da cerimônia, normalmente
percorridos em 30 minutos,
ontem custaram duas horas.
No final do show, foi pior.
Com quase todo o público
tentando sair ao mesmo tempo, ficou clara a ineficiência
da organização. Espectadores ficaram retidos em baias,
à espera de deixar o estádio.
Do lado de fora, a confusão persistia. Houve empurra-empurra, e por pouco os
alambrados que separavam
as filas não caíram. Encostados em um muro, funcionários do evento só olhavam.
Nos bolsões de estacionamento, os carros não se moviam. A reportagem da Folha
demorou 70 minutos para
sair do local. O vento cortante, levantando areia, e a temperatura de menos de 10ºC
aumentavam o desconforto.
Os incidentes causam dúvida para o jogo de abertura,
hoje, no Soccer City, que
comporta 88 mil pessoas. O
estádio fica próximo ao Orlando Stadium, e as vias para
chegar a ele são as mesmas.
Aberto com a música sul-africana mais famosa, "Pata
Pata", de Myriam Makeba, o
show teve cenas emocionantes, como a aparição do bispo
Desmond Tutu, herói da luta
antiapartheid. Vestido de
amarelo e verde, cores do
país, Tutu homenageou o ex-presidente Nelson Mandela,
ovacionado pelo público.
Antes, o presidente Jacob
Zuma já fora muito aplaudido ao saudar a plateia, que
dançou e cantou sem parar.
A Fifa aproveitou a festa
para associar o Mundial da
África a seus programas sociais. Pelé e até Sócrates vestiram a camisa do programa
de educação para todos.
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