São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Desordem marca show de abertura

Falhas atormentam fãs no concerto da Copa e geram dúvida para 1º jogo

Gianluigi Guercia/France Presse
A banda Black Eyed Peas se exibe durante o show de abertura da Copa da África

LAURA CAPRIGLIONE
PAULA CESARINO COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Falhou. Apesar das juras da África do Sul de que está pronta para sediar a Copa, o primeiro grande evento, realizado ontem à noite em Johannesburgo, acabou em desorganização, filas, congestionamento e confusão.
O show de celebração no Orlando Stadium, em Soweto, reuniu 36 mil pessoas para ouvir músicos sul-africanos e estrangeiros, como Black Eyed Peas, Alicia Keys, Shakira, John Legend, Angelique Kidjo e Amadou. Nunca se cantou tanto a África.
O trânsito parou. Os 30 km que separam Sandton, distrito nobre da cidade, do local da cerimônia, normalmente percorridos em 30 minutos, ontem custaram duas horas.
No final do show, foi pior. Com quase todo o público tentando sair ao mesmo tempo, ficou clara a ineficiência da organização. Espectadores ficaram retidos em baias, à espera de deixar o estádio.
Do lado de fora, a confusão persistia. Houve empurra-empurra, e por pouco os alambrados que separavam as filas não caíram. Encostados em um muro, funcionários do evento só olhavam.
Nos bolsões de estacionamento, os carros não se moviam. A reportagem da Folha demorou 70 minutos para sair do local. O vento cortante, levantando areia, e a temperatura de menos de 10ºC aumentavam o desconforto.
Os incidentes causam dúvida para o jogo de abertura, hoje, no Soccer City, que comporta 88 mil pessoas. O estádio fica próximo ao Orlando Stadium, e as vias para chegar a ele são as mesmas.
Aberto com a música sul-africana mais famosa, "Pata Pata", de Myriam Makeba, o show teve cenas emocionantes, como a aparição do bispo Desmond Tutu, herói da luta antiapartheid. Vestido de amarelo e verde, cores do país, Tutu homenageou o ex-presidente Nelson Mandela, ovacionado pelo público.
Antes, o presidente Jacob Zuma já fora muito aplaudido ao saudar a plateia, que dançou e cantou sem parar.
A Fifa aproveitou a festa para associar o Mundial da África a seus programas sociais. Pelé e até Sócrates vestiram a camisa do programa de educação para todos.


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