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FUTEBOL
Quarta em Sydney, equipe estréia contra Austrália sem saber de seu nível em relação às adversárias
Brasileiras começam a Olimpíada no escuro
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
O técnico preferiria ter enfrentado sparrings mais fortes. As jogadoras queriam estar em Atenas
e ainda estranham os holofotes.
A 517 km da sede da Olimpíada,
sem a familiar sombra das estrelas
milionárias do time masculino e
sem saber como está em relação a
suas adversárias, a seleção feminina de futebol inicia hoje a 19ª participação do Brasil em Jogos.
Às 12h, as comandadas de Renê
Simões entrarão no campo do estádio Kaftanzoglio, em Tessalônica, contra o time da Austrália.
No mesmo horário, outros três
jogos entre mulheres, Grécia x
EUA, Alemanha x China e Suécia
x Japão, abrirão a programação
de competições de Atenas-2004
-com 16 times no masculino e
dez no feminino, os torneios de
futebol precisam começar antes.
Para o Brasil, será, enfim, a
chance de deixar de tatear no escuro. Cada um busca o seu chão.
A começar pelo técnico. Simões
diz estar ansioso para descobrir o
nível de preparação da equipe.
"Só fizemos amistosos contra times e combinados. Não enfrentamos nenhuma outra seleção", disse. "A equipe não sabe bem em
que nível está em relação às adversárias. Se tivéssemos feito esses
jogos, o time estaria mais confiante, saberia onde está."
Desde que deixou o Brasil, no
dia 18 de julho, a seleção jogou
quatro amistosos, mas apenas
contra clubes e combinados que
disputam o Campeonato Sueco.
Já as jogadoras, após iniciarem a
aclimatação em Atenas, jogam
meio a contragosto em Tessalônica. "Mas, se Deus quiser, voltaremos a Atenas", disse ontem a zagueira Tânia. Pelo cruzamento
das chaves, o Brasil só jogará na
capital grega se chegar à final ou
se for decidir o bronze.
Para outra zagueira, Aline, a capitã, o mais estranho é a ausência
do time masculino -a equipe falhou no Pré-Olímpico. "É esquisito. De uma hora para outra, muitos começaram a prestar atenção
na gente. Mas a responsabilidade
é a mesma. Não pesa, não", disse.
Ontem, o Brasil almoçou no
mesmo local que os paraguaios,
algozes do masculino. "Dói ver
eles aqui. Dói muito. Seria muito
bom poder torcer e ter contato
com os rapazes. Seria mais legal
para todo mundo, eu acho. Para
eles e para nós", disse Simões.
O futebol do Brasil nunca conquistou o ouro olímpico. E o time
feminino ainda luta pela primeira
medalha -chegou perto do
bronze nos dois últimos Jogos,
mas acabou na quarta colocação.
NA TV - Brasil x Austrália, ao
vivo, às 12h, ESPN Brasil,
Sportv, Band e BandSports
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