São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Quarta em Sydney, equipe estréia contra Austrália sem saber de seu nível em relação às adversárias

Brasileiras começam a Olimpíada no escuro

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

O técnico preferiria ter enfrentado sparrings mais fortes. As jogadoras queriam estar em Atenas e ainda estranham os holofotes.
A 517 km da sede da Olimpíada, sem a familiar sombra das estrelas milionárias do time masculino e sem saber como está em relação a suas adversárias, a seleção feminina de futebol inicia hoje a 19ª participação do Brasil em Jogos.
Às 12h, as comandadas de Renê Simões entrarão no campo do estádio Kaftanzoglio, em Tessalônica, contra o time da Austrália.
No mesmo horário, outros três jogos entre mulheres, Grécia x EUA, Alemanha x China e Suécia x Japão, abrirão a programação de competições de Atenas-2004 -com 16 times no masculino e dez no feminino, os torneios de futebol precisam começar antes.
Para o Brasil, será, enfim, a chance de deixar de tatear no escuro. Cada um busca o seu chão.
A começar pelo técnico. Simões diz estar ansioso para descobrir o nível de preparação da equipe. "Só fizemos amistosos contra times e combinados. Não enfrentamos nenhuma outra seleção", disse. "A equipe não sabe bem em que nível está em relação às adversárias. Se tivéssemos feito esses jogos, o time estaria mais confiante, saberia onde está."
Desde que deixou o Brasil, no dia 18 de julho, a seleção jogou quatro amistosos, mas apenas contra clubes e combinados que disputam o Campeonato Sueco.
Já as jogadoras, após iniciarem a aclimatação em Atenas, jogam meio a contragosto em Tessalônica. "Mas, se Deus quiser, voltaremos a Atenas", disse ontem a zagueira Tânia. Pelo cruzamento das chaves, o Brasil só jogará na capital grega se chegar à final ou se for decidir o bronze.
Para outra zagueira, Aline, a capitã, o mais estranho é a ausência do time masculino -a equipe falhou no Pré-Olímpico. "É esquisito. De uma hora para outra, muitos começaram a prestar atenção na gente. Mas a responsabilidade é a mesma. Não pesa, não", disse.
Ontem, o Brasil almoçou no mesmo local que os paraguaios, algozes do masculino. "Dói ver eles aqui. Dói muito. Seria muito bom poder torcer e ter contato com os rapazes. Seria mais legal para todo mundo, eu acho. Para eles e para nós", disse Simões.
O futebol do Brasil nunca conquistou o ouro olímpico. E o time feminino ainda luta pela primeira medalha -chegou perto do bronze nos dois últimos Jogos, mas acabou na quarta colocação.


NA TV - Brasil x Austrália, ao vivo, às 12h, ESPN Brasil, Sportv, Band e BandSports


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