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Dunga prefere forasteiros na seleção
Técnico chama só 12 atletas do país para serem titulares
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON
A pergunta, em diferentes
ocasiões, sobre o que de bom tinham as seleções da Argélia,
dos Estados Unidos, do México
e da Colômbia foi a mesma.
E a resposta de Dunga também se repetiu. Para o treinador da seleção brasileira, a
grande virtude dessas equipes é
ter um bom contingente de
atletas atuando na Europa.
Coerente com o que faz na
sua equipe. Dunga até convoca
alguns jogadores que atuam em
clubes nacionais, mas pouco os
escala. Nas 19 vezes que a seleção entrou em campo sob o seu
comando, atletas de times locais foram escalados como titulares apenas 12 vezes, contra
197 de quem atua no exterior.
Dunga explica qual a principal vantagem de quem trabalha
fora de suas fronteiras. "Quando você está em seu país, erra e
todos passam a mão na sua cabeça. Fora, isso não acontece",
disse após a vitória de anteontem sobre os EUA que, segundo
ele, são outra equipe por causa
de muitos de seus jogadores estarem na Europa, ainda que em
clubes pouco expressivos.
De acordo com o treinador
nacional, seleções com muitos
jogadores na Europa têm outra
mentalidade, que seria mais
profissional e vencedora.
No caso da Colômbia, adversário brasileiro na estréia das
eliminatórias, Dunga exagera
quando fala sobre a vantagem
de seus jogadores estarem
atuando em outros países.
Dos 21 convocados da nação
sul-americana para os amistosos de agosto contra México e
Peru, apenas sete não atuam
em clubes colombianos.
Para o jogo de amanhã, contra o México, o último antes da
estréia no qualificatório, Dunga comenta com respeito justamente de um dos raros mexicanos que não joga em clubes do
país -o meia-atacante Giovani
dos Santos, do Barcelona. "Ele
tem uma grande qualidade técnica, pode decidir o jogo em
qualquer lance."
Além dos elogios a quem decide por fazer a carreira fora do
Brasil, o treinador mostrou nos
EUA que não causa grande
preocupação o fato da seleção
não atuar em seu país há quase
dois anos -a última vez foi em
outubro de 2005, contra a Venezuela, em Belém.
Questionado por um repórter americano de como é preparar um time que não joga há
tanto tempo em casa, Dunga
ironizou. "Se este fosse o único
problema nosso, seria fácil",
disse o treinador, que vai conhecer o torcedor nacional na
sua atual função já em outubro,
quando o Brasil recebe o Equador, no Maracanã, na segunda
rodada das eliminatórias.
Ontem, a seleção viajou de
Chicago para Boston, palco do
jogo contra o México. Só que
novamente o vôo estava atrasado, e o time tinha chegada prevista apenas para o fim da noite
de ontem no hotel.
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