São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2007

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Dunga prefere forasteiros na seleção

Técnico chama só 12 atletas do país para serem titulares

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

A pergunta, em diferentes ocasiões, sobre o que de bom tinham as seleções da Argélia, dos Estados Unidos, do México e da Colômbia foi a mesma.
E a resposta de Dunga também se repetiu. Para o treinador da seleção brasileira, a grande virtude dessas equipes é ter um bom contingente de atletas atuando na Europa.
Coerente com o que faz na sua equipe. Dunga até convoca alguns jogadores que atuam em clubes nacionais, mas pouco os escala. Nas 19 vezes que a seleção entrou em campo sob o seu comando, atletas de times locais foram escalados como titulares apenas 12 vezes, contra 197 de quem atua no exterior.
Dunga explica qual a principal vantagem de quem trabalha fora de suas fronteiras. "Quando você está em seu país, erra e todos passam a mão na sua cabeça. Fora, isso não acontece", disse após a vitória de anteontem sobre os EUA que, segundo ele, são outra equipe por causa de muitos de seus jogadores estarem na Europa, ainda que em clubes pouco expressivos.
De acordo com o treinador nacional, seleções com muitos jogadores na Europa têm outra mentalidade, que seria mais profissional e vencedora.
No caso da Colômbia, adversário brasileiro na estréia das eliminatórias, Dunga exagera quando fala sobre a vantagem de seus jogadores estarem atuando em outros países.
Dos 21 convocados da nação sul-americana para os amistosos de agosto contra México e Peru, apenas sete não atuam em clubes colombianos.
Para o jogo de amanhã, contra o México, o último antes da estréia no qualificatório, Dunga comenta com respeito justamente de um dos raros mexicanos que não joga em clubes do país -o meia-atacante Giovani dos Santos, do Barcelona. "Ele tem uma grande qualidade técnica, pode decidir o jogo em qualquer lance."
Além dos elogios a quem decide por fazer a carreira fora do Brasil, o treinador mostrou nos EUA que não causa grande preocupação o fato da seleção não atuar em seu país há quase dois anos -a última vez foi em outubro de 2005, contra a Venezuela, em Belém.
Questionado por um repórter americano de como é preparar um time que não joga há tanto tempo em casa, Dunga ironizou. "Se este fosse o único problema nosso, seria fácil", disse o treinador, que vai conhecer o torcedor nacional na sua atual função já em outubro, quando o Brasil recebe o Equador, no Maracanã, na segunda rodada das eliminatórias.
Ontem, a seleção viajou de Chicago para Boston, palco do jogo contra o México. Só que novamente o vôo estava atrasado, e o time tinha chegada prevista apenas para o fim da noite de ontem no hotel.


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