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VÔLEI
A vitória e o pesadelo
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O ano continua totalmente
dourado para o técnico Bernardinho. Depois do ouro nos Jogos de Atenas, ele voltou a conquistar mais um título no seu retorno ao mundo do vôlei feminino. O seu time, o Rexona, venceu
o Osasco, de José Roberto Guimarães, por 3 sets a 0 na decisão da
Salonpas Cup, em São Paulo.
Todo mundo esperava um
grande duelo entre os dois técnicos campeões olímpicos. Mas não
foi isso o que aconteceu. O que definiu o jogo foi a diferença da
qualidade técnica entre as duas
levantadoras. Com o passe na
mão, Fernanda Venturini deu
show: o Rexona fez 44 pontos de
ataque, contra 27 do Osasco.
Ok, a levantadora Gisele faz a
sua primeira temporada no Osasco e ainda apresenta problemas
de entrosamento com as atletas
centrais. Também não teve o passe na mão o tempo inteiro, mas,
no balanço final, ela deu prejuízo.
O time jogou sem bolas rápidas e
sem muitas variações de jogadas.
Em todos os sets, Zé Roberto colocou a reserva Ana Cristina no
lugar de Gisele, mas não teve sucesso. O tormento do técnico nesta temporada será esse: conseguir
que Gisele seja mais regular. No
país que hoje só tem uma grande
levantadora, já que Fofão está na
Itália, a tendência é de supremacia do Rexona.
No meio do terceiro set, quando
já perdia por 16 a 9, Zé Roberto
pediu às jogadoras para arriscarem mais no saque, no jogo, porque mais vergonha do que estavam passando não iriam passar.
O pedido não deu resultado. O time não sacou bem a partida inteira. E sem saque também não
dá para ganhar.
Já o time do Rio teve outras
grandes qualidades: sacou bem,
principalmente com Sassá, e taticamente foi perfeito ao destruir o
esquema de defesa do Osasco com
largadinhas no meio da quadra
adversária. Ponto para Bernardinho, que em clubes conseguiu a
quarta vitória sobre Zé Roberto.
Mas o jogo mais marcante não
foi o da decisão. Foi também um
duelo entre Rexona e Osasco, mas
na sexta-feira e que valeu o primeiro lugar na fase de classificação. O time paulista, que perdia
por 2 sets a 1, estava vencendo por
24 a 19 no quarto set, mas permitiu a virada do rival para 26 a 24.
Uma situação que trouxe de
volta o drama vivido pela seleção
feminina, comandada por Zé Roberto em Atenas, na semifinal
contra a Rússia. Também no
quarto set, o Brasil vencia pelo
mesmo placar, 24 a 19, e acabou
perdendo o set, o jogo e a chance
de pela primeira vez chegar a
uma final olímpica.
Em pouco mais de um mês, o
mesmo técnico e cinco atletas da
seleção, que defendem o Osasco,
viviam o mesmo pesadelo. Uma
coincidência dolorida e que certamente deve ter abalado psicologicamente o time, que ontem jogou
bem abaixo do que poderia.
Até o técnico Zé Roberto, sempre tão equilibrado, mostrou
muita tensão na sexta ao ouvir
perguntas comparando as duas
situações. Aliviada, Fernanda
destilou sua sinceridade em uma
entrevista depois daquele jogo.
Disse que ainda bem que seria Zé
Roberto, e não ela, que iria dormir de novo com esse pesadelo.
Italiano 1
O Santeramo, time da atacante brasileira Elisângela, estreou com
derrota no Italiano. A equipe perdeu para o Bergamo, atual campeão
italiano, por 3 sets a 1 (23/25, 25/20, 25/16 e 26/24). O show ficou por
conta de Lioubov Sokolova, estrela do Bergamo e da seleção da Rússia. Ela marcou 29 pontos no jogo. Elisângela fez dez pontos.
Italiano 2
Já o Sisley Treviso, do central brasileiro Gustavo, passou fácil pelo
Montichiari na rodada do final de semana com uma vitória por 3 sets
a 0 (25/23, 25/21 e 25/23). Foi a segunda vitória do Treviso, atual campeão nacional, em três rodadas do Campeonato Italiano. Os destaques do time foram dois jogadores da seleção da Itália: Fei, com 14
pontos, e Papi, com 10. Gustavo marcou oito pontos.
E-mail - cidasan@uol.com.br
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