São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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AUTOMOBILISMO

Sem tufão, alemão faz história em Suzuka ao obter pole e vitória num mesmo dia e diz que quer ganhar em SP

Schumacher dá espetáculo e mira Brasil

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA

Na falta do tufão 22, a Ferrari número 1. E quem chegou a Suzuka temendo o vento e a chuva deixou o circuito japonês espantado com Michael Schumacher.
Heptcampeão mundial e maior destruidor de recordes da história da F-1, o alemão mostrou ontem que, sim, ainda é capaz de causar espanto. Em um intervalo de apenas cinco horas, conquistou a pole, liderou todas as voltas e venceu pela sexta vez o GP do Japão.
Chegou, ainda, aos 146 pontos no Mundial de Pilotos, batendo os 144 que havia conquistado em 2002 -após superar mitos da categoria, o ferrarista já iniciou a fase de bater os próprios recordes.
Tudo isso após ter passado as três últimas corridas em jejum. E, como que um sujeito comum, ávido por mostrar serviço, fez questão de avisar ontem que não aliviará para Rubens Barrichello no GP Brasil, última etapa da temporada, em duas semanas.
"Peço desculpas, mas quero ganhar mais uma neste ano. Tenho certeza de que o Rubens estará forte lá e sei também que ele ficará mais feliz se vencer competindo, sem ajuda. Mas, antes de falar disso, precisamos fazer o nosso trabalho", declarou Schumacher.
Em Suzuka, pela primeira vez na história, a F-1 definiu seu grid no dia do GP. Foi, na prática, o único reflexo do tufão na cidade que abriga a categoria desde 87.
Formado no Pacífico e com ventos de até 250 km/h, o ciclone era esperado no sábado em Suzuka, o que forçou o cancelamento das atividades, o fechamento do circuito e o adiamento do treino oficial para a manhã de ontem -noite de anteontem no Brasil.
O fenômeno, porém, diminuiu de intensidade e mudou de trajetória em cima da hora: atingiu a região de Tóquio, a 300 km do circuito. Mesmo com ventos mais fracos, de 160 km/h, causou destruição e provocou duas mortes.
Com sol, Schumacher conquistou o primeiro lugar no grid de Suzuka pela oitava vez em sua carreira, igualando o recorde de poles em um mesmo circuito -de Ayrton Senna, em Imola.
Depois, como que buscando se redimir das derrotas na Bélgica, na Itália e na China, foi absoluto.
Manteve a ponta na largada e não deu a mínima chance a ninguém. Sua superioridade foi tanta que, na 12ª volta, já tinha 23 segundos sobre Jenson Button, segundo colocado. A folga lhe permitiu parar nos boxes no giro seguinte e voltar à pista ainda líder.
Schumacher parou ainda outras duas vezes nos boxes, sem ser ameaçado. "Ao obter a pole, numa pista úmida, que não é a ideal para nós, percebi que poderia fazer uma corrida muito boa", disse. "Fazer a pole position e vencer o GP no mesmo dia é histórico."
Espectadores, Ralf Schumacher e Button completaram o pódio.
E mais está por vir. A Ferrari alcançou 15 vitórias no ano -13 do alemão. Caso vença no Brasil, a escuderia superará a McLaren de 98 e sua própria marca de 2002.
Fará história. Nada fora do comum. Será só mais um dia rotineiro de trabalho para a equipe.

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