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AUTOMOBILISMO
Sem tufão, alemão faz história em Suzuka ao obter pole e vitória num mesmo dia e diz que quer ganhar em SP
Schumacher dá espetáculo e mira Brasil
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA
Na falta do tufão 22, a Ferrari
número 1. E quem chegou a Suzuka temendo o vento e a chuva deixou o circuito japonês espantado
com Michael Schumacher.
Heptcampeão mundial e maior
destruidor de recordes da história
da F-1, o alemão mostrou ontem
que, sim, ainda é capaz de causar
espanto. Em um intervalo de apenas cinco horas, conquistou a pole, liderou todas as voltas e venceu
pela sexta vez o GP do Japão.
Chegou, ainda, aos 146 pontos
no Mundial de Pilotos, batendo os
144 que havia conquistado em
2002 -após superar mitos da categoria, o ferrarista já iniciou a fase de bater os próprios recordes.
Tudo isso após ter passado as
três últimas corridas em jejum. E,
como que um sujeito comum,
ávido por mostrar serviço, fez
questão de avisar ontem que não
aliviará para Rubens Barrichello
no GP Brasil, última etapa da temporada, em duas semanas.
"Peço desculpas, mas quero ganhar mais uma neste ano. Tenho
certeza de que o Rubens estará
forte lá e sei também que ele ficará
mais feliz se vencer competindo,
sem ajuda. Mas, antes de falar disso, precisamos fazer o nosso trabalho", declarou Schumacher.
Em Suzuka, pela primeira vez
na história, a F-1 definiu seu grid
no dia do GP. Foi, na prática, o
único reflexo do tufão na cidade
que abriga a categoria desde 87.
Formado no Pacífico e com
ventos de até 250 km/h, o ciclone
era esperado no sábado em Suzuka, o que forçou o cancelamento
das atividades, o fechamento do
circuito e o adiamento do treino
oficial para a manhã de ontem
-noite de anteontem no Brasil.
O fenômeno, porém, diminuiu
de intensidade e mudou de trajetória em cima da hora: atingiu a
região de Tóquio, a 300 km do circuito. Mesmo com ventos mais
fracos, de 160 km/h, causou destruição e provocou duas mortes.
Com sol, Schumacher conquistou o primeiro lugar no grid de
Suzuka pela oitava vez em sua
carreira, igualando o recorde de
poles em um mesmo circuito
-de Ayrton Senna, em Imola.
Depois, como que buscando se
redimir das derrotas na Bélgica,
na Itália e na China, foi absoluto.
Manteve a ponta na largada e
não deu a mínima chance a ninguém. Sua superioridade foi tanta
que, na 12ª volta, já tinha 23 segundos sobre Jenson Button, segundo colocado. A folga lhe permitiu parar nos boxes no giro seguinte e voltar à pista ainda líder.
Schumacher parou ainda outras
duas vezes nos boxes, sem ser
ameaçado. "Ao obter a pole, numa pista úmida, que não é a ideal
para nós, percebi que poderia fazer uma corrida muito boa", disse. "Fazer a pole position e vencer
o GP no mesmo dia é histórico."
Espectadores, Ralf Schumacher
e Button completaram o pódio.
E mais está por vir. A Ferrari alcançou 15 vitórias no ano -13 do
alemão. Caso vença no Brasil, a
escuderia superará a McLaren de
98 e sua própria marca de 2002.
Fará história. Nada fora do comum. Será só mais um dia rotineiro de trabalho para a equipe.
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