São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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Na despedida, juiz ajuda Argentina a entrar no G4

Em jogo dramático contra Peru, Palermo marca impedido aos 48min do 2º tempo

Seleção de Maradona, que comemorou o gol da vitória com um "peixinho", sobe nas eliminatórias e decide vaga contra o Uruguai, na quarta

Jorge Araújo/Associated Press
O atacante Palermo, que entrou na partida em Buenos Aires e fez gol salvador para a Argentina

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Um boliviano vai ficar para a história se a Argentina alcançar a classificação para a Copa de 2010. Rene Ortubé escolheu o jogo Argentina x Peru para se despedir do futebol. E sua atuação acabou sendo decisiva para o time de Maradona ficar perto do primeiro Mundial na África.
Se em 1978 uma goleada de 6 a 0 levou os argentinos para a decisão da Copa e deixou o Brasil sem chance de título, ontem os peruanos fizeram o que puderam ao som do famoso "Sí, se puede" de seus 600 seguidores no Monumental de Nuñez.
Após um 0 a 0 frustrante na etapa inicial, em que os primeiros minutos bons de Messi e Aimar não produziram um gol, o segundo tempo foi dramático como poucos jogos do país do tango, com direito a uma tempestade e a muita polêmica.
Um francês deixou a Argentina em vantagem. Higuaín, atacante nascido na França e que preferiu a seleção branca e celeste, recebeu de Aimar e anotou o gol que levou à loucura o campo do River Plate, tenso com os resultados da rodada.
Messi é o único capaz hoje de encantar a torcida local, mas mais uma vez ele não marcou (fez só um gol em sete jogos com Maradona no qualificatório). Caiu muito de rendimento na etapa final, como Aimar.
O Peru, que nada fizera no primeiro tempo, assustou o goleiro Romero duas vezes antes de ter um pênalti a seu favor -Insúa, na área, interceptou com o braço uma bola que ia na direção do gol. Os jornalistas argentinos ouvidos pela Folha no estádio viram pênalti. Ortubé, porém, mandou o jogo seguir. Os peruanos o xingaram.
A chuva apertou, assim como a torcida argentina, cantando mais tranquila (chegou a vaiar o time em alguns momentos do jogo). Mas o que parecia impossível aconteceu: o Peru empatou nos minutos finais, com um gol de Rengifo de cabeça.
Um temor tomou conta do estádio, que não estava lotado (cerca de 6.000 entradas não foram vendidas). O Peru, com um empate, já havia deixado a Argentina de fora da Copa-70.
Porém Palermo, que havia entrado no segundo tempo no lugar de Enzo Pérez, acabou sendo herói como nunca -mas com a ajuda do juiz boliviano.
O atleta do Boca Juniors estava impedido quando a bola que o encontrou na pequena área foi batida, nos acréscimos.
A cena foi épica. Maradona e todo o banco argentino invadiram o campo e comemoraram o gol como se fosse o tricampeonato mundial argentino. O técnico deu um "peixinho" que nem na época de jogador deu.
Palermo, que tem sua presença como titular cobrada por boa parte dos argentinos, ficou vários segundos sem camisa celebrando o seu gol.
A vitória era essencial para a Argentina manter-se com boas chances de ir ao menos à repescagem para as eliminatórias. E, mesmo sem apresentar um bom futebol, a matemática agora joga a favor dos argentinos, que entraram no G4 do qualificatório. Ontem, Ortubé jogou a favor também.


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