São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

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BASQUETE

Após criação de liga rival, entidade institui comissão de clubes para gerir campeonato masculino, que começa hoje

CBB abre cofre às equipes em Nacional

Bruno Mirandal/Folha Imagem
Guilherme da Luz, do Paulistano, que busca o primeiro Nacional


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um campeonato nas mãos dos clubes, com arrecadação dividida igualmente entre as agremiações, que têm autonomia para negociar praticamente todos os espaços publicitários de seus ginásios.
Em linhas gerais, as reivindicações que levaram à criação da Nossa Liga de Basquetebol acabaram sendo atendidas pela CBB no Nacional masculino, que tem início hoje, com uma partida.
"A confederação abriu a possibilidade de negociarmos 11 placas no nosso ginásio. Todas já foram vendidas. Vai sobrar dinheiro", contabiliza Fernando Larralde, supervisor do Uberlândia, atual vice-campeão nacional, que deve arrecadar cerca de R$ 200 mil só com publicidade de quadra.
Na última edição do campeonato, os clubes podiam negociar só três placas. Agora, também têm o direito de comercializar o círculo central e as quatro laterais da quadra, além do espaço da tabela.
Para compensar, na temporada passada a confederação distribuía R$ 10 mil para cada time, como auxílio nas despesas de transporte. Insatisfeitas, as equipes tentaram negociar melhorias com a CBB ainda no Nacional-05.
Sem serem atendidas, fundaram, em março, a Nossa Liga de Basquetebol, que seria responsável por administrar um novo Brasileiro, gerenciado pelos clubes.
"A criação da NLB foi o que impulsionou a confederação a retomar o diálogo com os clubes", acredita Fernando Minucci, gerente de esportes do Franca.
Para não perder os filiados em seu torneio, a CBB ofereceu vantagens. A primeira foi criar uma comissão de clubes para administrar o Nacional. Ela teve acesso aos contratos publicitários e de TV mantidos pela entidade.
As benesses atraíram de volta clubes importantes, como Franca, Minas e Paulistano, além de Uberlândia, Brasília e Ribeirão Preto, seus aliados tradicionais.
Como nem tudo é perfeito, não impediu a realização do torneio rival, que começou em outubro e arregimentou sete times que tomaram parte no último Nacional.
"Espero que a unificação aconteça em 2006. Do jeito que está é ruim para todos", analisa José Neto, técnico do Paulistano, clube que serviu de bunker para a maioria das reuniões iniciais da NLB.
No atropelo, a CBB antecipou o início de sua competição, para não perder visibilidade para a liga rival, transmitida pela ESPN Brasil. A concorrência também motivou o Sportv a diminuir sua cota.
Para diminuir os custos, a fórmula também foi alterada. Os 18 clubes participantes estão divididos em dois grupos regionalizados de nove. Os times jogam entre si em suas chaves em turno e returno. Os oito primeiros de cada uma se classificam para os mata-matas, eliminatórios até a decisão.
"Na última temporada defendemos esse formato, mas fomos voto vencido. Talvez, se essa idéia tivesse sido implantada antes, essa confusão não teria acontecido", lamenta Lula Ferreira, técnico do Ribeirão Preto e da seleção.
"Tem gente que fala que a existência de duas ligas é boa porque emprega mais atletas. Mas tudo que é implantado à força não tem sustentação", completa o técnico.

NA TV - Brasília x Sport, no Sportv, ao vivo, às 12h

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