São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESPECIAL

SÃO PAULO NO MUNDIAL

O maior teste do Projeto Tóquio

RODRIGO BUENO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mundial de Clubes organizado pela Fifa chega ao Japão hoje após a primeira edição no Brasil em 2000 e pode coroar o clube brasileiro que consagrou o "Projeto Tóquio" há duas décadas.
Em uma época em que as competições internacionais eram deixadas em segundo plano por vários clubes grandes do país, o São Paulo lançou o que muitos entendiam ser apenas um sonho. Na década de 80, ele não se materializou. Nos anos 90, vingou com os Mundiais interclubes de 1992 e 1993. Agora, pode elevá-lo a um patamar de causar inveja a todos os times de futebol do planeta.
Caso conquiste o torneio que reunirá Liverpool (Europa), Saprissa (Costa Rica), Al Ahly (África), Al Ittihad (Arábia Saudita) e Sydney (Oceania), o São Paulo poderá até dizer que ninguém é mais campeão do mundo que ele.
Igualaria os tricampeões Boca Juniors, Milan, Nacional, Peñarol e Real Madrid. E teria um título mundial com representantes de todos os continentes, coisa que só o arqui-rival Corinthians obteve.
"O termo Projeto Tóquio nasceu em meio à campanha no Brasileiro de 1986. Tinha o objetivo de popularizar o São Paulo. O planejamento era conquistar o Paulista, o Brasileiro, a Libertadores e o mundo", conta Carlos Miguel Aidar, o presidente são-paulino entre 1984 e 1988.
O Paulista veio em 1985, o Brasileiro saiu em 1986, mas na Libertadores de 1987 o projeto acabou adiado -o time foi eliminado na primeira fase do torneio.
"O São Paulo já era um clube grande estabelecido no país quando ganhou Brasileiro em 1986. Precisava dar um salto. Foi ali que nasceu a idéia", conta Marco Aurélio Cunha, superintendente do time que estréia na quarta-feira contra o vencedor do duelo entre Al Ittihad e Al Ahly.
Ainda em 1987 o São Paulo construía seu elogiado CT na Barra Funda e desenvolvia avançado centro médico aplicado à fisiologia do esforço. O "Projeto Tóquio" passou por mais dois presidentes, sendo consagrado com José Eduardo Mesquita Pimenta.
A torcida são-paulina, bicampeã continental e mundial, virou a segunda maior de São Paulo e a terceira do país em quase todas as pesquisas. Os demais clubes passaram a ambicionar também ardorosamente a Libertadores e o "Projeto Tóquio", embora Santos, Flamengo e Grêmio já tivessem vencido o certame.
Desde 1993 todos os clubes brasileiros que foram ao Japão voltaram derrotados. Desde as vitórias do lendário time de Telê Santana, o Brasil é meio figurante na disputa patrocinada pela Toyota.
O São Paulo esperou dez anos para voltar ao interclubes continental e conseguiu neste ano se tornar tricampeão da América. Está a dois passos de ser também o primeiro tricampeão mundial do país. Está a dois jogos de fazer de novo o sonho ser real.


Texto Anterior: Times de liga aguardam vaga

Próximo Texto: São Paulo no Mundial: Fifa e Toyota dão as mãos em nome da novidade, mas preservam tradição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.