São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

As surpresas

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Há algo fora de ordem na Europa. Quem poderia supor que em um Pré-Olímpico com a participação de Rússia, medalha de prata nos Jogos de Sydney, e Itália, atual campeã mundial, a vaga para Atenas ficaria com a seleção feminina da Alemanha?
Na verdade, o Pré-Olímpico foi a zebra da zebra. Em setembro, no último Campeonato Europeu, Polônia e Turquia já tinham surpreendido ao chegar à decisão. O título ficou com as polonesas. Desta vez, as turcas fizeram mais uma vez a final, mas perderam fácil para as alemãs: 3 sets a 0 (25/22, 25/16 e 25/7).
A Alemanha, a zebra da vez, fez uma campanha memorável no Pré-Olímpico: venceu a Rússia na fase de classificação, por 3 sets a 2. Na semifinal, eliminou a Itália em um jogo eletrizante. Perdeu os dois primeiros sets, depois venceu os dois seguintes. No tie-break, virou o placar de 2/7 para 17/15.
O técnico da Alemanha, Hee Wan Lee, confessou que nem ele acreditava na vitória do seu time na semifinal. "Foi surpreendente o que as minhas jogadoras fizeram principalmente porque, na véspera, elas já tinham disputado uma partida cansativa, também com uma vitória, por 3 sets a 2 sobre a Rússia", disse ele.
A grande pergunta é: afinal, o que acontece com Rússia e Itália?
No Campeonato Europeu, as russas ficaram em quinto lugar, as italianas, em sexto. Agora, no Pré-Olímpico, novo vexame. Por causa do ranking, as duas seleções têm outra chance de classificação para Atenas no Pré-Olímpico do Japão, em maio.
No Campeonato Europeu, a explicação foi que um vírus havia atingido algumas jogadoras russas. No Pré-Olímpico, em três partidas, só venceram o frágil Azerbaijão. Perderam da Polônia, da Alemanha e nem chegaram às semifinais. O certo é que as atletas e o técnico, Nikolai Karpol, já não falam a mesma língua.
Já o mal da Itália é outro. O time parece sofrer de uma irregularidade crônica. É capaz de uma grande façanha, como o título mundial em 2002, na Alemanha. Mas, depois da surpreendente conquista, as italianas passaram 2003 decepcionando e já começaram o novo ano no mesmo ritmo.
Já no Pré-Olímpico europeu masculino, não houve surpresa. Mesmo sem o atacante Iakovlev, que não foi convocado por problemas de relacionamento com o técnico Guennadi Chipouline, os russos confirmaram o favoritismo: venceram os cinco jogos que disputaram por 3 sets a 0 e conquistaram a vaga para Atenas.
O destaque foi o gigante Dineikine, de 2,16 m, que voltou a defender o time depois de mais de três anos. A sua última participação na seleção havia sido na conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Na classificação final, a Holanda ficou em segundo lugar e a França, em terceiro.
Vale registrar também que o técnico Doug Beal, o mago do vôlei nos anos 80, conseguiu classificar os EUA para mais uma Olimpíada. O jogo que decidiu a vaga foi dramático. A vitória sobre os cubanos foi por 3 sets a 2, com 15 a 13 no tie-break. Os americanos vão dar trabalho em Atenas.

Os africanos
No Pré-Olímpico da África, a seleção masculina da Tunísia venceu o Egito por 3 sets a 0 e garantiu vaga em Atenas. A última participação da equipe em Olimpíadas havia sido em 1988, nos Jogos de Seul. No feminino, o Quênia superou a Nigéria por 3 a 0 e também se classificou. Nos Jogos de Sydney, as quenianas perderam os cinco jogos que disputaram e só ganharam dois sets.

Superliga
O Minas, do quarteto da seleção Ricardinho, Giovane, André Nascimento e Henrique, começa a se acertar na Superliga. Na rodada do fim de semana, venceu a Ulbra, atual campeã, por 3 sets a 1. Foi a terceira vitória em cinco jogos. Mas, por enquanto, o único invicto no torneio é a Unisul, do técnico argentino Javier Weber.

E-mail: cidasan@uol.com.br


Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: Uma noite de Maradona
Próximo Texto: Futebol: Cansada, seleção só empata e agora torce
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.