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VÔLEI
As surpresas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Há algo fora de ordem na
Europa. Quem poderia supor que em um Pré-Olímpico com
a participação de Rússia, medalha de prata nos Jogos de Sydney,
e Itália, atual campeã mundial, a
vaga para Atenas ficaria com a
seleção feminina da Alemanha?
Na verdade, o Pré-Olímpico foi
a zebra da zebra. Em setembro,
no último Campeonato Europeu,
Polônia e Turquia já tinham surpreendido ao chegar à decisão. O
título ficou com as polonesas.
Desta vez, as turcas fizeram mais
uma vez a final, mas perderam
fácil para as alemãs: 3 sets a 0
(25/22, 25/16 e 25/7).
A Alemanha, a zebra da vez, fez
uma campanha memorável no
Pré-Olímpico: venceu a Rússia na
fase de classificação, por 3 sets a 2.
Na semifinal, eliminou a Itália
em um jogo eletrizante. Perdeu os
dois primeiros sets, depois venceu
os dois seguintes. No tie-break, virou o placar de 2/7 para 17/15.
O técnico da Alemanha, Hee
Wan Lee, confessou que nem ele
acreditava na vitória do seu time
na semifinal. "Foi surpreendente
o que as minhas jogadoras fizeram principalmente porque, na
véspera, elas já tinham disputado
uma partida cansativa, também
com uma vitória, por 3 sets a 2 sobre a Rússia", disse ele.
A grande pergunta é: afinal, o
que acontece com Rússia e Itália?
No Campeonato Europeu, as
russas ficaram em quinto lugar,
as italianas, em sexto. Agora, no
Pré-Olímpico, novo vexame. Por
causa do ranking, as duas seleções têm outra chance de classificação para Atenas no Pré-Olímpico do Japão, em maio.
No Campeonato Europeu, a explicação foi que um vírus havia
atingido algumas jogadoras russas. No Pré-Olímpico, em três partidas, só venceram o frágil Azerbaijão. Perderam da Polônia, da
Alemanha e nem chegaram às semifinais. O certo é que as atletas e
o técnico, Nikolai Karpol, já não
falam a mesma língua.
Já o mal da Itália é outro. O time parece sofrer de uma irregularidade crônica. É capaz de uma
grande façanha, como o título
mundial em 2002, na Alemanha.
Mas, depois da surpreendente
conquista, as italianas passaram
2003 decepcionando e já começaram o novo ano no mesmo ritmo.
Já no Pré-Olímpico europeu
masculino, não houve surpresa.
Mesmo sem o atacante Iakovlev,
que não foi convocado por problemas de relacionamento com o
técnico Guennadi Chipouline, os
russos confirmaram o favoritismo: venceram os cinco jogos que
disputaram por 3 sets a 0 e conquistaram a vaga para Atenas.
O destaque foi o gigante Dineikine, de 2,16 m, que voltou a defender o time depois de mais de
três anos. A sua última participação na seleção havia sido na conquista da medalha de prata nos
Jogos Olímpicos de Sydney, em
2000. Na classificação final, a Holanda ficou em segundo lugar e a
França, em terceiro.
Vale registrar também que o
técnico Doug Beal, o mago do vôlei nos anos 80, conseguiu classificar os EUA para mais uma Olimpíada. O jogo que decidiu a vaga
foi dramático. A vitória sobre os
cubanos foi por 3 sets a 2, com 15 a
13 no tie-break. Os americanos
vão dar trabalho em Atenas.
Os africanos
No Pré-Olímpico da África, a seleção masculina da Tunísia venceu o
Egito por 3 sets a 0 e garantiu vaga em Atenas. A última participação
da equipe em Olimpíadas havia sido em 1988, nos Jogos de Seul. No
feminino, o Quênia superou a Nigéria por 3 a 0 e também se classificou. Nos Jogos de Sydney, as quenianas perderam os cinco jogos que
disputaram e só ganharam dois sets.
Superliga
O Minas, do quarteto da seleção Ricardinho, Giovane, André Nascimento e Henrique, começa a se acertar na Superliga. Na rodada do
fim de semana, venceu a Ulbra, atual campeã, por 3 sets a 1. Foi a terceira vitória em cinco jogos. Mas, por enquanto, o único invicto no
torneio é a Unisul, do técnico argentino Javier Weber.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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