São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Time sofre 1º gol, não embala no 2º tempo, atribui o 1 a 1 com Uruguai à sequência de jogos e pode perder liderança

Cansada, seleção só empata e agora torce

Nilton Santos/Divulgação
O zagueiro uruguaio Curbelo tenta tomar a bola do meio-campista Diego durante o empate em 1 a 1 no Pré-Olímpico do Chile


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN

Como previra o técnico Ricardo Gomes o jogo de ontem contra o Uruguai foi "sofrido". Sofrido porque a seleção brasileira sub-23 só empatou por 1 a 1 com o rival no torneio Pré-Olímpico e agora terá de torcer contra o Chile, que enfrenta o Paraguai amanhã.
No Grupo A, os brasileiros são líderes, com sete pontos e sete gols de saldo, um a mais do que os chilenos, que têm seis pontos e jogaram uma partida a menos.
Caso o time da casa ganhe dos paraguaios, o Brasil terá de vencer os chilenos na quinta-feira para avançar à próxima fase. Apenas os primeiros colocados asseguram vaga. Os segundos e os terceiros colocados de cada grupo disputarão uma repescagem com partidas eliminatórias.
Ontem, sob um calor superior a 30C, o Brasil, que fez sua primeira partida diurna no torneio, entrou em campo 40 horas após ter vencido o Paraguai, contrariando determinação da Fifa que diz que uma equipe não pode atuar entre um jogo e outro com intervalo menor do que 48 horas.
"Os uruguaios vieram descansados. Para nós, faltou o vigor físico das outras partidas", afirmou o treinador brasileiro.
Coincidência ou não, o time levou foi vazado pela primeira vez no torneio e não teve Maicon, autor de gol antológico contra o Paraguai, em dia inspirado. O jogo só não foi mais sofrido porque a seleção tinha Robinho. O atacante fez, no primeiro tempo, sua melhor atuação na competição e marcou o gol de empate do Brasil.
O atleta do Santos, que balançou as redes em todos os jogos, assumiu a artilharia do Pré-Olímpico ao lado do colombiano Hernández, com três gols.
A seleção não apresentou a "movimentação" exigida pelo técnico Ricardo Gomes. Lento, o time brasileiro demonstrava falhas na saída de bola.
Mesmo com um homem a mais no meio-campo, os jogadores brasileiros sucumbiam à forte marcação dos uruguaios, que eram mais rápidos com a bola nos pés, mas pouco se arriscavam.
Se taticamente o Brasil não conseguia se articular, novamente a equipe recorreu ao individualismo. Ontem, coube a Robinho conduzir a seleção. Ele protagonizou os melhores lances do time.
Pelo lado uruguaio, Choy fazia as vezes de Robinho. Nos raros momentos ofensivos do Uruguai, o atacante levou vantagem sobre os defensores brasileiros.
Aos 38min, ele foi lançado, ganhou disputa com Paulo Almeida e ajeitou para Vigneri, livre de marcação, abrir o placar.
A desvantagem brasileira, no entanto, durou pouco. Aos 42min, Robinho marcou seu segundo gol de cabeça na carreira e empatou a partida.
No segundo tempo, o uruguaio Juan Ramón Carrasco armou sua equipe com quatro atacantes. A tática foi a mesma utilizada pelo treinador na seleção principal na partida contra os brasileiros pelas eliminatórias da Copa-2006.
Na ocasião, os uruguaios conseguiram empatar por 3 a 3 após estarem perdendo por 2 a 0.
Ontem, porém, a estratégia de Carrasco fez água. Com a mudança tática, o time perdeu força na marcação e foi, pouco a pouco, sendo encurralado pelo Brasil, que veio com Marcel no lugar de Dagoberto no segundo tempo. Fábio Rochemback, que acertou o travessão aos 8min. e Diego quase marcaram o segundo gol.
Os brasileiros, entretanto, demonstraram estar desgastados fisicamente e não tiveram forças para virar a partida. "Cansamos no segundo tempo. O calor está muito forte", disse Robinho.


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