São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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FUTEBOL

Vitória por 2 a 1 no Canindé, que fez Leão respirar, foi conseguida de virada no final do jogo, com gol do atacante

Edmundo marca e ressuscita o Palmeiras

André Porto/Folha Imagem
Com o zagueiro Silvio Criciúma ao fundo, Washington celebra a virada do Palmeiras (2 a 1) sobre a Portuguesa no Canindé ontem


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia, o motivo da crise. No outro, o herói da virada, que reconduziu o Palmeiras à vitória. Esse é Edmundo, o "animal" para a torcida. O "amigo", para o técnico Emerson Leão.
Com um gol do camisa 7, o mais adorado jogador do elenco, o Palmeiras saiu ontem do Canindé com um 2 a 1 sobre a Portuguesa e, sobretudo, com a esperança renovada de seguir na luta pelo título do Campeonato Paulista e com Leão no banco.
A derrota, que rondou os palmeirenses até o início do segundo tempo, poderia significar o fim da passagem do treinador pelo Parque Antarctica -antes do jogo, Leão chegou a declarar que duas derrotas seguidas era o limite.
E a comemoração que Edmundo escolheu para celebrar o seu gol, o da virada, foi um símbolo da situação de Leão, que se dizia cansado da irregularidade da equipe. Depois de empurrar a bola para o gol, o camisa 7 correu na direção de Leão e o abraçou, como que sinalizando que os dois sempre estiveram do mesmo lado, apesar de a substituição do jogador na partida anterior ter sido o estopim para que a torcida xingasse Leão pela primeira vez desde sua chegada ao Palmeiras.
Para tentar interromper a incômoda seqüência de derrotas, o treinador usou até o que não gosta. Adepto do esquema 4-4-2, colocou a equipe para jogar em um 3-5-2, mas com uma configuração cautelosa na defesa.
Além da trinca de zagueiros -Gamarra na sobra, Daniel na direita e Thiago Gomes na esquerda-, a equipe ainda tinha os volantes Marcinho Guerreiro e Alceu na proteção do meio-campo. Com isso, Correa, na ala direita, e Lúcio, de volta ao na esquerda, podiam subir ao ataque.
O sistema funcionou no início da partida, com os três zagueiros anulando os dois atacantes da Portuguesa, enquanto os volantes faziam a vigília sobre os armadores do time do Canindé, que, sem saída, perdia a bola.
Os palmeirenses, no entanto, encontravam dificuldade na armação, que ficava concentrada nos pés de Correa, já que Marcinho -teoricamente o homem da criação- se adiantava e atuava quase como um terceiro atacante. Por causa dessa ausência de jogadores mais habilidosos no meio-campo palmeirense, cabia aos volantes carregarem a bola do setor para o ataque, sem muito sucesso.
O problema se agravou depois que a Portuguesa conseguiu encaixar seu primeiro contragolpe no jogo, com o atacante Johnson, e abriu o placar com Almir.
No segundo tempo, os gritos vindos da torcida de "time medíocre" e xingamentos a Leão começavam a se repetir -como ocorrera na quarta-feira passada, na goleada sofrida em casa para o América-, principalmente porque o treinador optou pela entrada do atacante Washington, um dos atletas da "lista negra" dos torcedores. Mas o empate, ainda no primeiro minuto amenizou a situação. O autor do gol palmeirense foi Thiago Gomes, de cabeça, após cobrança de escanteio.
Com o 1 a 1 no placar, o Palmeiras voltou a dominar a partida, como fizera antes de sofrer o gol.
O ataque do time do Parque Antarctica, no entanto, não soube transformar as chances criadas, sobretudo em cruzamentos das laterais. A virada só veio aos 35min, quando Edmundo pegou o rebote de uma dividida entre Washington e o goleiro Gléguer.
O Palmeiras agora volta suas atenções à Libertadores: na quarta-feira, recebe o Rosario Central no Parque Antarctica.


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