São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2004
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São Caetano cresce na menor final do Paulista
DA REPORTAGEM LOCAL Em campo, São Caetano x Paulista não foi nem "horrível" nem "decepcionante", adjetivos empregados pela Federação Paulista para classificar seu torneio. Mas os rótulos utilizados por Marco Polo Del Nero caíram como uma luva para definir o público que foi ao Pacaembu, o menor da história do campeonato em finais decididas em dois jogos. Apenas 10.014 pessoas pagaram para ver o São Caetano vencer o Paulista por 3 a 1 e ficar próximo de ganhar o Estadual de 2004. O time do ABC pode até perder por diferença de um gol, no próximo domingo, no mesmo campo, para levantar sua primeira taça num torneio de primeira divisão. Já a equipe de Jundiaí precisa derrotar os rivais por margem de três gols para ser campeã. Se ganhar por diferença de dois tentos, a decisão vai para os pênaltis. Escolhido para abrigar uma final do Paulista pela primeira vez em 30 anos, o estádio municipal viveu um dia de marasmo. PMs não tiveram trabalho. Ambulantes saíram do Pacaembu com as sacolas cheias e os bolsos vazios. Na primeira final entre times pequenos desde 1990, o estádio ficou com 73% de seus assentos desocupados. Nada menos que 27 mil lugares vazios. Justamente na edição disputada no 450º aniversário da cidade, nenhum time da capital se classificou para a final -fato que não ocorria também havia 14 anos. Antes da marca histórica e negativa registrada ontem, a pior abertura de decisão do Paulista acontecera justamente em Novorizontino x Bragantino, com um público de 15 mil torcedores. A comparação com outros Estados deixa a marca ainda mais vexatória. No Maracanã, Flamengo x Vasco teve público de 57.762. O Mineirão recebeu 38.350 para Cruzeiro x Atlético-MG. Até no Pernambucano, que não tem nenhum time da elite do Brasileiro, a final teve mais prestígio: o jogo Santa Cruz x Náutico visto por 13.108 pessoas. A perspectiva de fiasco de público dominou as discussões durante a semana na FPF. Com a queda dos grandes Palmeiras e Santos nas semifinais, cartolas da cúpula da entidade temiam um Pacaembu vazio. Mas o presidente Del Nero bateu o pé e manteve a deliberação de pôr a final no estádio municipal - o mando é da FPF. Após o jogo, o presidente do Paulista, Eduardo Palhares, culpou o público da cidade pelo fiasco. "Eu esperava pelo menos 15 mil. O que faltou foi o público paulistano", disse o cartola, que durante a semana projetou levar 15 mil fãs só de sua equipe. Agora favorito à conquista do título, Muricy Ramalho, técnico do São Caetano, pegou o microfone ao fim do jogo e, sem ser questionado, convocou a torcida para a finalíssima. "Eu esperava mais público. As pessoas deveriam vir. Se não para torcer, pelo menos para ver um bom espetáculo." Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: "Fazenda Pacaembu" alivia polícia e frustra vendedor Índice |
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