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FUTEBOL
Forasteiros dão ao estádio clima de interior, com sossego e poucas vendas
"Fazenda Pacaembu" alivia polícia e frustra vendedor
MARCUS VINICIUS MARINHO
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de ser no Pacaembu, encravado no coração da maior cidade brasileira, o clima da final
era de interior. No tranqüilo domingo de Páscoa, praticamente
nada do lado de fora do estádio
denunciava que do lado de dentro
acontecia a primeira partida da final do Campeonato Paulista-04.
Não havia filas, barulho ou tumultos -só alguns vendedores.
"Isso nem se compara a um jogo médio de time grande", disse
Márcia Alves, 26, que costuma
vender de 20 a 30 camisas de clubes antes de jogos do Corinthians
nos arredores do mesmo estádio.
Ontem, a dez minutos do início
da partida, Márcia ainda não tinha conseguido vender nenhuma
das camisas que exibia penduradas em um varal. "Para a gente, é
como um jogo de time pequeno.
Está uma coisa meio de fazenda,
não parece final mesmo."
Até os integrantes da maior torcida presente, a do Paulista, pareciam surpresos com o público no
estádio. "Isso não tem nada de invasão. Está bem vazio. Achei que
teria bem mais gente", afirmou
José Davison Pereira, 34, que veio
de Jundiaí de ônibus. "Deve ser
por causa da Páscoa, não?", indagava seu irmão Júlio, 29.
Na última sexta, a diretoria do
Paulista calculava que 15 mil torcedores do clube invadiriam a capital. Mas a primeira final do Paulista no Pacaembu em 30 anos não
foi nem o jogo de maior público
no estádio no Estadual-04: os
10.014 pagantes representaram
pouco mais da metade dos cerca
de 17 mil que assistiram mês passado à derrota do Corinthians para a Portuguesa Santista por 1 a 0.
Dentro do Pacaembu, a tranqüilidade quase bucólica que se
via do lado de fora continuou. Havia enormes clarões em todos os
setores das arquibancadas, independentemente do preço dos ingressos (de R$ 20 a R$ 40).
As duas torcidas mal se provocavam -apenas depois do segundo gol de Warley a torcida do
ABC timidamente ensaiou um
"Cadê Galo?". Até no campo os times registraram a calmaria da
tarde: segundo o Datafolha, Paulista e São Caetano registraram
apenas 46 faltas (27 e 19, respectivamente), média inferior à do
campeonato, de 51,4.
Os 260 policiais militares presentes correspondiam a 2,6% do
público pagante. "Colocamos o
contingente normal de uma final
no Pacaembu", afirmou o coronel
da PM Marcos Marinho.
Uma delegacia móvel da Polícia
Civil também foi instalada no
portão principal do estádio, ao lado de quatro viaturas e de dois
carros táticos do GOE (Grupo de
Operações Especiais).
"Viemos a pedido do secretário
de Segurança Pública", explicou o
delegado Mauro Moscatelli, um
dos comandantes de uma equipe
de 30 investigadores.
Segundo a PM, não foi registrada nenhuma ocorrência grave.
"Realmente, tudo foi muito tranqüilo", disse o coronel Marinho.
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