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CBF põe à venda taça do Brasileiro e veta pirataria
Regra do Nacional abre a chance de
empresa colocar nome no troféu e
proíbe cópia de medalha por times
KLEBER TOMAZ
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles sempre foram tratados como lataria. Mas, pelo regulamento do Brasileiro-2006, que começa
no sábado, ganharam status de
ouro. A Confederação Brasileira
de Futebol resolveu ganhar dinheiro com a taça da competição
e proibir a cópia das medalhas
distribuídas aos campeões.
Esses dois itens são novidade no
regulamento. A questão da taça,
inclusive, só entrou no documento como um anexo. Pela idéia da
CBF, o troféu, hoje chamado
"campeão brasileiro", pode vir a
receber qualquer nome, a priori.
O texto que autoriza o "leilão"
da taça está no parágrafo terceiro
do artigo sexto do Capítulo 2 do
regulamento da competição.
De acordo com o artigo sexto do
mesmo capítulo, "a CBF poderá
negociar comercialmente a adoção de uma outra denominação
para o troféu do campeão brasileiro, através de contrato com um
patrocinador específico".
A Folha apurou que a empresa
que deve comprar os direitos para
dar o nome de seus produtos para
a taça do Brasileiro é a Nestlé, que
em 2005 já fez uma parceria com
o Clube dos 13, com a distribuição
de ingressos e a confecção de troféus para os destaques do torneio.
A inclusão no regulamento da
possibilidade de comercialização
da peça foi feita já com esse cenário -os cartolas da CBF e do C13
temiam que alguém pudesse contestar a associação da taça do Nacional com uma empresa.
Se a entidade dependesse do interesse dos três patrocinadores da
seleção, o troféu continuaria chamado "campeão brasileiro".
Nike, Vivo e Ambev não demonstraram muito interesse em
ter suas marcas no prêmio.
"A Nike está com uma campanha mundial, o "Joga Bonito". Todos os esforços da empresa estão
voltados para ela", disse Kátia
Gianone, gerente de comunicação
corporativa da Nike do Brasil,
empresa de material esportivo.
Já a Vivo, operadora de telefonia celular, informou que "iria
avaliar as novas regras."
E segundo afirmou a Ambev,
por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa "não teve nenhuma negociação em curso
[com a Confederação Brasileira
de Futebol] a esse respeito."
A Ambev representa marcas de
cerveja nacional, como a Brahma,
Antarctica, Skol e Bohemia.
Pelo regulamento, não existe
nenhum entrave para que uma
indústria de bebida alcoólica ou
cigarro coloque sua marca na taça
mais importante do futebol brasileiro, que, aliás, terá neste ano um
novo modelo -o Corinthians ficou de forma definitiva com o último, criado em 1993.
Outra novidade está nas medalhas. Pela primeira vez, a CBF coloca nas regras da competição que
ela não autoriza a reprodução dos
50 mimos para o campeão e vice.
Essa decisão surge após cartolas
e assessores corintianos, campeões brasileiros em 2005, disputarem as medalhas com jogadores. Alguns cartolas ficaram sem
as recordações. O presidente do
clube, Alberto Dualib, prometeu
fazer cópias delas para os aliados.
Segundo a Folha apurou, Virgilio Elísio, diretor do departamento técnico da CBF e responsável
por coordenar o Campeonato
Brasileiro e a Copa do Brasil, foi
um dos defensores do artigo que
proíbe a duplicata das medalhas.
Como argumento, alegou que
nunca viu "ninguém fazer cópia
da medalha olímpica".
O tumulto gerado na entrega de
medalhas paras os campeões nacionais de 2005 também pode
precipitar outra mudança no regulamento, mas esta no ano que
vem. Elísio pensa no futuro em reduzir o número de lembranças.
Enquanto a CBF procura se
blindar contra as cópias, a Federação Paulista de Futebol toma rumo contrário. No seu site oficial, a
FPF comercializa miniaturas das
taças dadas aos campeões estaduais nos últimos anos. Cada uma
custa R$ 150, mais frete.
Procurada para falar sobre as
decisões sobre a taça e as medalhas, a CBF disse que não iria se
pronunciar sobre o assunto.
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