São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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maturidade

Meninos da Vila crescem até no último minuto

São Paulo empata jogo após estar perdendo por 2 a 0, mas Santos triunfa no fim

São Paulo 2
Santos 3


CAROLINA ARAÚJO
LUCAS REIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Ninguém dançou. O Santos marcava seu terceiro gol contra o São Paulo, mas não houve dancinha ou comemoração sincronizada. O que se viu ontem no Morumbi, aos 45min do segundo tempo, foi uma explosão de euforia, êxtase e alívio.
O abraço coletivo após o gol de cabeça de Durval foi uma ilustração clara dos sentimentos dos meninos da Vila.
Em seu primeiro grande teste de pressão e maturidade nesta temporada, os jovens santistas foram aprovados. Venceram o São Paulo em pleno Morumbi por 3 a 2 e podem até mesmo perder por um gol de diferença na Vila Belmiro, em duelo no próximo domingo, para serem finalistas do Paulista.
O clássico de ontem, porém, foi bastante diferente do roteiro habitual do Santos em 2010.
Em vez de dribles e lances de efeito, tensão. Quantificada pelos seis cartões amarelos recebidos pelos santistas.
Em vez de Robinho, Neymar ou André, o jogador mais decisivo foi o zagueiro Durval, autor do gol da vitória alvinegra, que está há anos-luz da badalação de seus colegas atacantes.
Em vez de ver uma vantagem de 2 a 0 ser derrubada, assim como ocorrera na derrota para o Palmeiras, os meninos conseguiram segurar o ímpeto do São Paulo, e marcaram o gol da vitória no final da partida.
Dorival Jr., que havia cogitado levar a campo uma escalação mais cautelosa, mudou de ideia. O quinteto ofensivo -Marquinhos, Paulo Henrique Ganso, Neymar, Robinho e André- iniciou o jogo como titular.
O São Paulo também apostou na escalação de seus dois últimos jogos. Marlos e Jorge Wagner estavam no meio-campo.
A vitória santista se desenhava fácil no primeiro tempo. A equipe fez 2 a 0, com gols de Junior César (contra) e André, com direito a dancinhas. Ainda viu Marlos, o destaque do time rival nos últimos jogos, ser expulso após falta em Robinho.
Mas, mesmo com um jogador a menos, o São Paulo reagiu. Na volta do intervalo, Ricardo Gomes trocou Washington por Cicinho. A mudança no esquema tático tornou o time mais agressivo, e o empate veio com um chute de Hernanes e em uma cabeçada de Dagoberto.
A reação são-paulina elevou a temperatura do jogo. Enquanto se expunha a riscos nos contragolpes do time da casa, o Santos se voltou ao ataque.
Os meninos desta vez resistiram à pressão do rival. Foram premiados com o gol de Durval, após falha de Rogério. "A força do São Paulo nos causou um certo desequilíbrio emocional. Já passamos por isso e certamente são fatos que nos amadurecem", disse Dorival Jr.
Antes da segunda partida contra o São Paulo, o Santos enfrenta o Guarani, na quarta, pela Copa do Brasil. Já o time tricolor terá a semana livre para treinos antes do duelo na Vila.
Confronto que pode marcar a prova definitiva da maturidade santista ou a redenção de um combalido São Paulo.


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