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maturidade
Meninos da Vila crescem até no último minuto
São Paulo empata jogo após estar perdendo por 2 a 0, mas Santos triunfa no fim
São Paulo 2
Santos 3
CAROLINA ARAÚJO
LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ninguém dançou. O Santos
marcava seu terceiro gol contra
o São Paulo, mas não houve
dancinha ou comemoração sincronizada. O que se viu ontem
no Morumbi, aos 45min do segundo tempo, foi uma explosão
de euforia, êxtase e alívio.
O abraço coletivo após o gol
de cabeça de Durval foi uma
ilustração clara dos sentimentos dos meninos da Vila.
Em seu primeiro grande teste de pressão e maturidade nesta temporada, os jovens santistas foram aprovados. Venceram o São Paulo em pleno Morumbi por 3 a 2 e podem até
mesmo perder por um gol de
diferença na Vila Belmiro, em
duelo no próximo domingo, para serem finalistas do Paulista.
O clássico de ontem, porém,
foi bastante diferente do roteiro habitual do Santos em 2010.
Em vez de dribles e lances de
efeito, tensão. Quantificada pelos seis cartões amarelos recebidos pelos santistas.
Em vez de Robinho, Neymar
ou André, o jogador mais decisivo foi o zagueiro Durval, autor
do gol da vitória alvinegra, que
está há anos-luz da badalação
de seus colegas atacantes.
Em vez de ver uma vantagem
de 2 a 0 ser derrubada, assim
como ocorrera na derrota para
o Palmeiras, os meninos conseguiram segurar o ímpeto do São
Paulo, e marcaram o gol da vitória no final da partida.
Dorival Jr., que havia cogitado levar a campo uma escalação
mais cautelosa, mudou de ideia.
O quinteto ofensivo -Marquinhos, Paulo Henrique Ganso,
Neymar, Robinho e André-
iniciou o jogo como titular.
O São Paulo também apostou
na escalação de seus dois últimos jogos. Marlos e Jorge Wagner estavam no meio-campo.
A vitória santista se desenhava fácil no primeiro tempo. A
equipe fez 2 a 0, com gols de Junior César (contra) e André,
com direito a dancinhas. Ainda
viu Marlos, o destaque do time
rival nos últimos jogos, ser expulso após falta em Robinho.
Mas, mesmo com um jogador
a menos, o São Paulo reagiu. Na
volta do intervalo, Ricardo Gomes trocou Washington por Cicinho. A mudança no esquema
tático tornou o time mais
agressivo, e o empate veio com
um chute de Hernanes e em
uma cabeçada de Dagoberto.
A reação são-paulina elevou a
temperatura do jogo. Enquanto
se expunha a riscos nos contragolpes do time da casa, o Santos
se voltou ao ataque.
Os meninos desta vez resistiram à pressão do rival. Foram
premiados com o gol de Durval,
após falha de Rogério. "A força
do São Paulo nos causou um
certo desequilíbrio emocional.
Já passamos por isso e certamente são fatos que nos amadurecem", disse Dorival Jr.
Antes da segunda partida
contra o São Paulo, o Santos enfrenta o Guarani, na quarta, pela Copa do Brasil. Já o time tricolor terá a semana livre para
treinos antes do duelo na Vila.
Confronto que pode marcar a
prova definitiva da maturidade
santista ou a redenção de um
combalido São Paulo.
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