São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003 |
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Brasil bate Nigéria usando bem o "melhor lado esquerdo do mundo" e os pentas pelo lado direito Pelos dois lados, seleção de Parreira enfim ganha
PAULO COBOS ENVIADO ESPECIAL A ABUJA Contando com seu lado esquerdo favorito, o técnico Carlos Alberto Parreira soube usar também a direita para vencer pela primeira vez em sua terceira passagem pela seleção brasileira. Se nos três primeiros jogos com o treinador do tetracampeonato -empates com México e China e derrota para Portugal- a equipe nacional havia marcado só uma vez, ontem, contra a Nigéria, em Abuja, naquele que foi chamado de "jogo do século" pelos anfitriões, venceu por 3 a 0, com jogadas pelos dois lados do campo. O resultado mantém uma invencibilidade histórica da equipe principal do Brasil contra rivais africanos. A equipe saiu vitoriosa dos 18 confrontos diante de seleções da África. Mais: ganhou todos os jogos em solo africano. Os dois gols que abriram a vitória brasileira, ainda no primeiro tempo, foram feitos por estreantes: os atacantes Gil (Corinthians) e Luis Fabiano (São Paulo). O terceiro gol foi de Adriano (Parma). Contando com alguns de seus mais famosos jogadores, como Okocha e Kanu, a Nigéria pouco ameaçou o gol de Dida, o jogador mais experiente em seleção brasileira que atuou no jogo de ontem. A aposta de Parreira no entrosamento de alguns jogadores deu certo. Gil, aos 34min, abriu o placar após uma troca de passes com o também corintiano Kléber e com o ex-corintiano Ricardinho. Na zaga, Lúcio e Juan, companheiros no Bayer Leverkusen, corresponderam bem quando foram exigidos -Kanu não encontrou espaços e teve que sair bastante da área para buscar jogo. Pelo lado direito, Belletti, Kleberson e Ronaldinho, três pentacampeões, criaram várias chances. O lateral-direito, mais especialmente, conseguiu se destacar. Segundo o Datafolha, ele recebeu 43 bolas na etapa inicial, sendo muito mais acionado que Kléber, o lateral-esquerdo -Belletti recebeu no total 55 bolas, e Kléber, 33. Os dois laterais foram substituídos quando a partida já estava praticamente definida. O lado direito foi mais usado que o canhoto. O Brasil trocou bolas ontem 188 vezes pela direita. Já o "melhor lado esquerdo do mundo" (Kléber, Ricardinho e Gil), como definiu Parreira no ano passado, trocou 152 bolas. Foi pelo setor direito que saiu o segundo da seleção, aos 38min. Belletti foi à linha de fundo e cruzou na medida para Luis Fabiano, o artilheiro do Brasileiro, tocar de cabeça para as redes. No intervalo, Parreira já mostrava bastante entusiasmo com a atuação da equipe, que teve pouco tempo para treinar e fez longa viagem até chegar a Abuja. No segundo tempo, a seleção teve várias chances para ampliar o marcador. O futebol apresentado pelo time conquistou até torcedores nigerianos, que se empolgaram especialmente com uma jogada de Ronaldinho. Ele recebeu de Kleberson e encobriu o goleiro Enyama. O zagueiro Okoronkwo conseguiu impedir o gol, mas bateu o rosto com força na trave. Na única grande chance da Nigéria, Dida comprovou estar em grande fase. Kanu, que havia superado o goleiro nos Jogos de Atlanta-96, tentou uma puxeta na pequena área, mas o jogador do Milan se atirou na bola e salvou. Com o jogo tranquilo -apenas Okocha levava perigo ao Brasil em jogadas individuais-, Parreira começou a trocar os jogadores. Gil e Luis Fabiano deram lugar aos Adrianos (do Parma e do Atlético-PR). O atacante do time italiano deixou sua marca aos 36min, após aproveitar rebote de Enyama e chutar forte para o gol. No fim, Kléber deu lugar a Gilberto, e o volante Eduardo Costa, uma das surpresas da lista de Parreira, também teve a sua chance. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Pingue-pongue: Treinador aprova atuação e deve manter a equipe Índice |
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