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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Oito ou oitenta?
A ARGENTINA não tem
meio-termo. Em 20 jogos comandados por Maradona,
não empatou nenhum: 14 vitórias e seis derrotas, entre
elas os 6 a 1 para a Bolívia, o
maior tombo da história.
Nos últimos cinco Mundiais, todos perdidos, foi a
primeira colocada de seu
grupo da primeira fase duas
vezes. Nas outras três, ficou
em terceiro. Eliminada em
2002, classificou-se pela repescagem em 1990 e 1994.
É a seleção do melhor jogador do planeta e do maior
número de pernas de pau
chamados por um mesmo
treinador, porque Maradona convocou 108 jogadores
para suas 20 partidas.
A sobrevivência carrega
Diego para seu quinto Mundial, o primeiro como técnico. Incrível coincidência,
Diego volta às Copas contra
a Nigéria, a mesma rival de
sua última partida, em
1994, quando saiu de campo, pela mão de uma enfermeira, para o exame antidoping condenatório.
Só a estreia mostrará se a
Argentina será um amontoado de craques ou um time de verdade. Como o festival de experiências de Maradona prossegue, não duvide da primeira hipótese.
Em março, venceu a Alemanha em Munique e voltou
explicando a opção tática
com que parecia montar o
time. Os jornalistas diziam
que jogava num 4-4-2, com
duas linhas de quatro. Diego
desmentiu: "Vocês viram
tudo errado. É um 4-1-3-2".
Mascherano jogava à frente
de quatro zagueiros duros
para proteger Verón.
Em maio, só convocou um
lateral e rebateu críticas:
"Vou jogar com zagueiros
nas laterais". No jogo seguinte, venceu o Canadá (5
a 0) com o meia Jonas Gutiérrez na lateral direita. Desistiu do zagueiro-lateral.
É esse o time da estreia,
com Tevez pela direita, num
4-2-3-1 que copia o Barcelona de Messi. É muito mais
fácil Messi transformar a
Argentina num time do que
Diego montar um time que
ajude Messi a brilhar.
O ALGOZ
O técnico da Nigéria, rival
da Argentina hoje, é Lars Lagerback, que dirigia a Suécia
no dia da maior frustração já
causada em Buenos Aires por
uma Copa. Em 2002, a Argentina caiu após uma vitória sobre a Nigéria (1 a 0), uma derrota para a Inglaterra (1 a 0) e
um empate com a Suécia (1 a
1). Lars Lagerback comandava a Suécia no dia em que os
argentinos passaram de favoritos a eliminados na primeira fase da Copa da Ásia.
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