São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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Vitória sobre Costa Rica faz técnico alcançar inédita seqüência invicta de 16 jogos e põe o Brasil na 2ª fase da Copa América com uma rodada de antecedência

Seleção goleia, avança e dá série recorde a Parreira

FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A AREQUIPA

O Brasil goleou ontem a Costa Rica por 4 a 1, garantiu a passagem para as quartas-de-final da Copa América e proporcionou um recorde a Carlos Alberto Parreira: foi o 16º jogo sem derrota da seleção, a maior seqüência invicta do técnico reunindo suas três passagens pelo time nacional.
Desde junho do ano passado, quando levou 1 a 0 de Camarões na Copa das Confederações, a equipe de Parreira não sabe o que é perder. Entre dezembro de 93 e sua reestréia na seleção, dez anos depois, o treinador registrou uma série invicta de 15 partidas -incluídos os sete jogos da Copa-94.
O atual período de invencibilidade mescla confrontos sem gols (aconteceram três 0 a 0 neste ano) com goleadas. Foi a terceira vitória por três gols de diferença em dois meses e meio: no final de maio, a seleção venceu a Catalunha por 5 a 2; um mês antes, bateu a Hungria por 4 a 1.
O Brasil lidera o Grupo C, com seis pontos. Poderia ainda ontem ser alcançado pelo Paraguai, que enfrentaria o Chile após o fechamento desta edição.
"Está dentro do que a gente esperava. O time só tem 13 dias junto", disse Parreira sobre a vitória de sua seleção B. Nenhum titular do time principal foi ao Peru.
O destaque do jogo em Arequipa foi o atacante Adriano, que marcou três gols. O zagueiro Juan completou a goleada.
A vitória marcou a estréia do atacante Vágner Love na seleção principal. Destaque nos coletivos do time, o ex-palmeirense entrou no segundo tempo, mas teve uma atuação apagada nos 25 minutos que passou em campo.
Na quarta-feira à noite, o Brasil fecha sua participação na primeira fase, contra o Paraguai. Classificam-se à segunda fase os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados.
Terminar em primeiro lugar facilita a vida da seleção nas quartas-de-final, pois, nesse caso, o time jogaria em Tacna, cidade bem próxima de Arequipa -não precisando, portanto, mudar de base na competição. Se acabar em segundo, atua em Piura.
A rodada do final de semana tornou mais possível uma possibilidade que parecia totalmente descabida ao início da competição: um confronto entre Brasil e Argentina já nas quartas-de-final.
Os argentinos, que levaram sua força máxima ao torneio, foram derrotados no sábado à noite pelo México e, se a primeira fase terminasse ontem, iriam pegar os seus maiores rivais continentais.
Para que isso de fato ocorra, o Brasil precisa acabar na liderança, e a Argentina tem de ser terceira colocada em seu grupo -o que acontece se empatar com o Uruguai e o México bater o Equador na rodada derradeira.
Após a derrota dos argentinos, Parreira se disse ainda mais convencido de que fez a coisa certa ao poupar o time titular na Copa América. Na avaliação do treinador, se o time principal do Brasil sofresse derrota semelhante, sofreria desgaste excessivo e desnecessário num torneio esvaziado.


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