São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Carnificina

Com 13 amarelos e 1 vermelho, mais violenta das decisões da Copa tem ainda "ajuda" do juiz


DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Final de Copa do Mundo truncada como a de ontem, na África do Sul, não é novidade. Mas a falta de "fair play" no jogo no Soccer City foi uma coisa inédita.
Com entradas violentas e desleais, especialmente por parte dos holandeses, a decisão em Johannesburgo bateu, disparado, o recorde de cartões numa final de Copa.
Foram ao todo 13 amarelos, oito para a Holanda e cinco para a Espanha, além da expulsão do zagueiro Heitinga, já na prorrogação.
Antes do jogo de ontem, a final de Copa com mais cartões havia acontecido em 1986, quando o brasileiro Romualdo Arppi Filho advertiu argentinos e alemães com "apenas" seis amarelos.
O confuso árbitro inglês Howard Webb marcou 47 faltas (28 da Holanda e 19 da Espanha), recorde de infrações numa decisão nesta década.
Algumas faltas foram tão desleais que mereciam o cartão vermelho, como um chute do holandês De Jong no peito do volante Xabi Alonso, no primeiro tempo.
Isso sem contar Van Bommel, que durante toda a Copa bateu muito (só ontem foram cinco faltas), mas terminou a competição com apenas dois cartões amarelos.
A Holanda ainda demostrou falta de "fair play" ao devolver a bola de forma matreira para a Espanha em dois lances que pediam os bons modos do futebol.
Perto do final, Webb "amarelou" ao não expulsar Robben, que chutou em direção ao gol mesmo com o lance já paralisado. Pouco antes, ele tinha levado amarelo por ter peitado o árbitro.
Os finalistas mostravam disposição e "técnica" para as faltas, mas eram um fracasso na hora de finalizar.
Robben, cara a cara com Casillas, chutou mal, em cima do goleiro, e perdeu a melhor chance da Holanda no jogo, na segunda etapa do tempo normal da decisão.
Na prorrogação, foi a vez de Fàbregas, em lance muito parecido, perder o gol diante do goleiro Stekelenburg, que foi um dos poucos jogadores da seleção holandesa que honraram a fama de revolucionário do futebol de seu país -ele mostrou categoria para fazer passes precisos a seus companheiros, sendo o segundo melhor do time.
A violência custou caro para a Holanda. Depois da expulsão de Heitinga, aos 4min do segundo tempo da prorrogação, o time laranja ficou mais exposto, com muitos buracos em sua defesa.
E foi em um deles que Iniesta, quando faltavam apenas quatro minutos para o fim, anotou o gol que decidiu a "carnificina" de Johannesburgo a favor dos espanhóis.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO MATTOS E SÉRGIO RANGEL)


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