São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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VÔLEI DE PRAIA

Brasileiros driblam sono e tédio para jogar à noite

DO ENVIADO A ATENAS

Uma novidade que a Olimpíada de Atenas implantou para a competição de vôlei de praia tem obrigado as duplas brasileiras a combater o sono e o tédio.
Pela primeira vez, a modalidade, que realiza seus primeiros duelos no sábado -os brasileiros estréiam no domingo-, terá partidas realizadas à noite. A novidade causou surpresa nos atletas nacionais, que passaram a adotar estratégias para minimizar os efeitos da mudança de horário.
Foi o caso de Emanuel, que há dois dias se mantém acordado até o início da madrugada, a fim de se adaptar ao "fuso" -geralmente costuma ir dormir às 22h.
Adriana Behar, prata em Sydney, foi a que mais demonstrou indignação. "Não sei por que fazem isso. Muda muito, e para mim é pior. Uso lentes de contato, então isso atrapalha, perco a noção de profundidade", lamenta.
Márcio, parceiro de Benjamin, é outro que sofre com problemas na visão -tem hipermetropia e, como Behar, joga com lentes.
As duplas nacionais fizeram nesta semana alguns treinos noturnos, o que, se por um lado tem ajudado na adaptação -principalmente à iluminação artificial-, tem causado reclamações, como falta do que fazer durante o dia e sono na hora indevida.
"Você está acostumado a acordar cedo, tomar café e ir logo para a competição. Agora você tem que ficar o dia todo esperando", analisa Adriana Behar.
"O jogo pode ser às 23h. E aí estou dormindo, estou com sono, muito sono. Posso ficar um pouco lenta. Então eu não gostaria de jogar às 23h, não. Não é hora de jogar. Eu vou ter que acordar mais tarde, dar uma dormidinha de tarde, para poder ir até mais longe", afirmou Sandra, que obteve o primeiro ouro do país no feminino em Atlanta e foi bronze em Sydney com Adriana Samuel. Ao lado de Ana Paula, ela formará a única dupla nacional a escapar do horário noturno na primeira fase.
A organização dos Jogos diz que a programação de jogos à noite foi causada "por motivos estéticos", para torná-las mais atrativas ao público e à TV. (LUÍS CURRO)


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