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VÔLEI DE PRAIA
Brasileiros driblam sono e tédio para jogar à noite
DO ENVIADO A ATENAS
Uma novidade que a Olimpíada
de Atenas implantou para a competição de vôlei de praia tem obrigado as duplas brasileiras a combater o sono e o tédio.
Pela primeira vez, a modalidade, que realiza seus primeiros
duelos no sábado -os brasileiros
estréiam no domingo-, terá partidas realizadas à noite. A novidade causou surpresa nos atletas nacionais, que passaram a adotar estratégias para minimizar os efeitos da mudança de horário.
Foi o caso de Emanuel, que há
dois dias se mantém acordado até
o início da madrugada, a fim de se
adaptar ao "fuso" -geralmente
costuma ir dormir às 22h.
Adriana Behar, prata em
Sydney, foi a que mais demonstrou indignação. "Não sei por que
fazem isso. Muda muito, e para
mim é pior. Uso lentes de contato,
então isso atrapalha, perco a noção de profundidade", lamenta.
Márcio, parceiro de Benjamin, é
outro que sofre com problemas
na visão -tem hipermetropia e,
como Behar, joga com lentes.
As duplas nacionais fizeram
nesta semana alguns treinos noturnos, o que, se por um lado tem
ajudado na adaptação -principalmente à iluminação artificial-, tem causado reclamações,
como falta do que fazer durante o
dia e sono na hora indevida.
"Você está acostumado a acordar cedo, tomar café e ir logo para
a competição. Agora você tem
que ficar o dia todo esperando",
analisa Adriana Behar.
"O jogo pode ser às 23h. E aí estou dormindo, estou com sono,
muito sono. Posso ficar um pouco
lenta. Então eu não gostaria de jogar às 23h, não. Não é hora de jogar. Eu vou ter que acordar mais
tarde, dar uma dormidinha de
tarde, para poder ir até mais longe", afirmou Sandra, que obteve o
primeiro ouro do país no feminino em Atlanta e foi bronze em
Sydney com Adriana Samuel. Ao
lado de Ana Paula, ela formará a
única dupla nacional a escapar do
horário noturno na primeira fase.
A organização dos Jogos diz que
a programação de jogos à noite foi
causada "por motivos estéticos",
para torná-las mais atrativas ao
público e à TV.
(LUÍS CURRO)
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