DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma de suas raras aparições no paddock da F-1, Max Mosley esteve ontem em Monza e, além de afirmar que Nelsinho Piquet fez um acordo com a FIA ao prestar seu depoimento -a chamada delação premiada-, o presidente da entidade assegurou que, mesmo se a Renault for considerada culpada, o resultado do Mundial de 2008 não será mudado.
"De acordo com o artigo 179b do Código Esportivo Internacional, não podemos interferir no resultado daquela corrida ou mesmo do campeonato", disse Mosley a respeito da prova que era liderada por Felipe Massa quando Nelsinho Piquet bateu -o ferrarista teve problemas no pit stop, não pontuou em Cingapura e perdeu o título para Lewis Hamilton por um ponto no fim do ano.
"Mas é claro que, se alguém fez algo que não deveria, deve ser punido", completou o dirigente, que disse ainda que a punição pode chegar até ao banimento da equipe da categoria.
Segundo Mosley, o acordo feito com o piloto brasileiro para que ele contasse tudo o que sabia foi semelhante ao que Fernando Alonso conseguiu em 2007 ao trazer novas evidências sobre o caso em que seu então time, a McLaren, era acusado de espionar a Ferrari.
"Não sei exatamente o que foi dito ao Nelsinho, mas dissemos que, se ele contasse a verdade, não iríamos tomar nenhuma medida processual contra ele individualmente."
Apesar de não querer tomar partido no caso, Mosley fez questão de afirmar que, até agora, apenas um lado da história foi contado. "Na maioria dos lugares você assume que alguém é inocente até que seja provado que é culpado. Essa é a situação em que estamos."
O presidente da FIA também informou que a Renault tinha até a última segunda para apresentar todos os seus documentos para o Conselho Mundial da FIA, que irá julgar o caso no dia 21. Mas, como a equipe pediu mais tempo, terá até a metade da semana que vem. (TC)


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