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EM NOME DO PAI
Rodrigo Lasmar, 31, segue passos de Neylor e se torna médico titular da seleção em Leicester
Clã Lasmar tem novo doutor no Brasil
DO ENVIADO A LEICESTER
Ninguém chegou à seleção
brasileira tão jovem como ele.
Com 14 anos, viveu os bastidores da Copa de 1986, no México.
Agora, aos 31, destoa pela idade
e pelo excesso de cabelo dos veteranos que formam a comissão
técnica comandada por Carlos
Alberto Parreira e Zagallo.
O médico Rodrigo Lasmar é,
ao mesmo tempo, experiência e
novidade. Filho de Neylor Lasmar, que cuidou da saúde dos
atletas do país nos dois Mundiais durante os anos 80, ele
também já acumula duas edições do maior campeonato de
futebol do planeta.
A primeira foi inusitada. "Meu
pai me levou para o México em
1986. Era um garoto, e eu fiquei
no quarto com ele, na concentração, durante a competição",
diz Rodrigo, que guarda detalhes daquela experiência.
"Vi de perto todo o drama da
recuperação do Zico em 1986",
lembra, referindo-se ao processo de recuperação do ex-flamenguista, que, com problemas no
joelho, acabou como um dos vilões da eliminação brasileira ao
perder um pênalti em partida
contra a França de Platini.
"Desde aquele tempo já me
imaginava como médico na área
esportiva", diz Rodrigo sobre a
experiência ao lado do pai.
Depois de formado e com cinco anos de trabalho no Atlético-MG, Rodrigo foi convidado para
exercer a profissão na seleção.
Foi auxiliar de José Luiz Runco
na última Copa do Mundo e
agora, no amistoso em Leicester,
trabalha sozinho, já que Runco
ficou no Rio.
Do resto da comissão técnica,
que tem idade média que beira
os 60 anos, Rodrigo só não havia
trabalhado antes com Zagallo,
justamente o mais velho.
"O Zagallo é muito brincalhão.
Ele deixa todo mundo à vontade
em qualquer ambiente", afirma
o médico, que convive mais com
seus pares da comissão do que
com os jogadores, muito mais
próximos dele em termos etários -o lateral e capitão Cafu,
por exemplo, já tem 33 anos.
Anteontem, Rodrigo acompanhou Parreira e Zagallo em um
passeio a Nottingham, cidade
conhecida por ser a "casa de Robin Hood". Depois do treino, no
entanto, enquanto treinador e
coordenador descansavam e se
preparavam para o jantar, ele se
exercitava na sala de ginástica do
hotel que hospeda a seleção.
No trabalho, o médico vê diferenças entre suas funções no clube e com o time nacional.
"Na seleção, você tem uma infra-estrutura muito mais apurada, mas precisa estar atento o
tempo todo", afirma Rodrigo,
que não teme a missão de cuidar
de músculos e ossos de jogadores que custam dezenas de milhões de dólares.
(PC)
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