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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003

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EM NOME DO PAI

Rodrigo Lasmar, 31, segue passos de Neylor e se torna médico titular da seleção em Leicester

Clã Lasmar tem novo doutor no Brasil

DO ENVIADO A LEICESTER

Ninguém chegou à seleção brasileira tão jovem como ele.
Com 14 anos, viveu os bastidores da Copa de 1986, no México. Agora, aos 31, destoa pela idade e pelo excesso de cabelo dos veteranos que formam a comissão técnica comandada por Carlos Alberto Parreira e Zagallo.
O médico Rodrigo Lasmar é, ao mesmo tempo, experiência e novidade. Filho de Neylor Lasmar, que cuidou da saúde dos atletas do país nos dois Mundiais durante os anos 80, ele também já acumula duas edições do maior campeonato de futebol do planeta.
A primeira foi inusitada. "Meu pai me levou para o México em 1986. Era um garoto, e eu fiquei no quarto com ele, na concentração, durante a competição", diz Rodrigo, que guarda detalhes daquela experiência.
"Vi de perto todo o drama da recuperação do Zico em 1986", lembra, referindo-se ao processo de recuperação do ex-flamenguista, que, com problemas no joelho, acabou como um dos vilões da eliminação brasileira ao perder um pênalti em partida contra a França de Platini.
"Desde aquele tempo já me imaginava como médico na área esportiva", diz Rodrigo sobre a experiência ao lado do pai.
Depois de formado e com cinco anos de trabalho no Atlético-MG, Rodrigo foi convidado para exercer a profissão na seleção. Foi auxiliar de José Luiz Runco na última Copa do Mundo e agora, no amistoso em Leicester, trabalha sozinho, já que Runco ficou no Rio.
Do resto da comissão técnica, que tem idade média que beira os 60 anos, Rodrigo só não havia trabalhado antes com Zagallo, justamente o mais velho.
"O Zagallo é muito brincalhão. Ele deixa todo mundo à vontade em qualquer ambiente", afirma o médico, que convive mais com seus pares da comissão do que com os jogadores, muito mais próximos dele em termos etários -o lateral e capitão Cafu, por exemplo, já tem 33 anos.
Anteontem, Rodrigo acompanhou Parreira e Zagallo em um passeio a Nottingham, cidade conhecida por ser a "casa de Robin Hood". Depois do treino, no entanto, enquanto treinador e coordenador descansavam e se preparavam para o jantar, ele se exercitava na sala de ginástica do hotel que hospeda a seleção.
No trabalho, o médico vê diferenças entre suas funções no clube e com o time nacional.
"Na seleção, você tem uma infra-estrutura muito mais apurada, mas precisa estar atento o tempo todo", afirma Rodrigo, que não teme a missão de cuidar de músculos e ossos de jogadores que custam dezenas de milhões de dólares. (PC)


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