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Treinador teme "perigos de Cuba"
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante a preleção, todos ouvem atentamente as palavras de
Mitsuyoshi Sato, ditas vagarosamente, com tropeços no português e um carregado sotaque que
denuncia sua origem japonesa.
O clima de concentração só é interrompido pelo conselho do técnico: "Vocês devem tomar cuidado. Cuba tem muitos perigos...".
Explodem as gargalhadas entre
os 21 atletas, de 17 a 33 anos, que
se espalham pela sala.
"Ele fala isso porque já aconteceu de alguns meninos abusarem.
Sabe como é, você está fora de casa, com uma turma...", diz Marcel
Viana, 22, que joga nos EUA.
A preocupação maior é com as
folgas. "Cuidado com a cerveja.
Quando eu liberar, vocês podem
tomar um pouquinho", aconselha Sato antes de iniciar o treino.
Segundo o técnico, tantos conselhos são motivados pela má
preparação feita pela equipe. Antes do Pan, foram 21 dias seguidos
de treinos. Desta vez, o time só se
reuniu nos fins de semana, e três
jogadores, que estão no Japão,
juntaram-se ao grupo apenas no
na quinta, dia do embarque. Outros três nem apareceram porque
precisavam estudar e trabalhar.
"A preparação foi fraca. Vamos
jogar o feijão-com-arroz, mas
acho que podemos ser uma surpresa e terminar entre os oito melhores", diz Sato, que se esquiva
de responder sobre os perigos cubanos. "Sabe como é, o país lá é
pobre como aqui. Os meninos são
jovens, podem fazer amizades
não muito boas...".
(ML)
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