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unilateral
Corinthians decidiu demitir Adilson Batista antes do final do jogo no domingo e resguardar imagens do clube e do técnico com versão de comum acordo
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
O técnico Adilson Batista
foi demitido do Corinthians.
E não pediu demissão, como
a diretoria corintiana ainda
se esforça para fazer parecer.
A decisão já estava tomada
antes mesmo do fim da derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO no Pacaembu, anteontem, última partida de Adilson à frente do Corinthians.
O discurso do comum
acordo foi acertado entre clube e treinador após o jogo,
ainda no vestiário, quando a
decisão foi comunicada.
Os dois lados entenderam
que divulgar uma demissão
em consenso seria solução
menos danosa para a imagem de todos os envolvidos.
O clube não passaria a
imagem de precipitado ao
demitir um treinador quando
o time está em terceiro lugar
no Campeonato Brasileiro, a
cinco pontos de distância do
líder, com um jogo a menos.
O técnico, por sua vez, não
passaria pela humilhação de
ser demitido e nem pareceria
fraco ao pedir demissão ante
a pressão da torcida.
Mas o ensaio não foi suficiente. Ontem, o presidente
Andres Sanchez apareceu no
Centro de Treinamento para
elogiar Adilson e atribuir a
demissão a "coisas do futebol". Instado a falar sobre
quem teria tomado a iniciativa, Andres desconversou.
"São questões internas do
clube, e não vou falar."
Mas tanto cartolas corintianos quanto interlocutores
do treinador garantem que
foi o Corinthians quem demitiu Adilson. "Não sei dizer o
quanto o resultado do jogo
de ontem [domingo] influenciou", disse Andres. "Foram
muitas coisas que vieram
acontecendo e, no domingo,
chegamos a essa conclusão."
Adilson Batista foi o primeiro técnico demitido pelo
Corinthians desde que Andres Sanchez assumiu a presidência, em outubro de
2007. "Não foram apenas os
resultados, e ele sabe disso."
O treinador já se sentia
sem respaldo no clube. Internamente, havia reclamado
da qualidade do elenco.
Ao chegar, entregou uma
lista de reforços para Mario
Gobbi, diretor de futebol, e
para Andres Sanchez.
A única contratação realizada a pedido do treinador (o
zagueiro Thiago Heleno) não
funcionou. E a diretoria passou a não confiar mais nas indicações do técnico.
Sanchez disse ontem que a
multa rescisória de Adilson é
de dois salários, o equivalente a R$ 500 mil. "Ele não quis
receber, mas eu vou pagar os
salários dele até dezembro."
Adilson viajou para Curitiba, onde mora a família, e
não quis dar entrevista.
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