São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

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Guga sob pressão

Brasileiro disputa último torneio do ano em meio à pior fase da carreira

Reuters
Lleyton Hewitt e Gustavo Kuerten posam com pranchas de surfe antes da cerimônia que apresentou o Master de Sydney


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Com uma situação melhor de pontuação em relação ao ano passado, mas em fase técnica pior, Gustavo Kuerten, 25, tenta nesta semana, na Austrália, terminar a segunda temporada consecutiva como o maior tenista do planeta.
No Masters de Sydney, que começa hoje, o brasileiro busca repetir o feito de 2000, quando, em reação espetacular, tornou-se o primeiro sul-americano a fechar um ano na liderança do ranking.
Se novamente for o campeão, será apenas o sexto jogador da história a terminar dois anos seguidos no topo do tênis mundial.
Kuerten, que estréia na Austrália amanhã, contra o croata Goran Ivanisevic, inicia a semana decisiva de 2001 com uma vantagem de 48 pontos sobre o australiano Lleyton Hewitt e de 87 sobre o americano Andre Agassi, os únicos que podem lhe roubar o título da Corrida dos Campeões e o primeiro lugar da lista de entradas.
Em 2000, quando o Masters foi jogado em Lisboa, Guga chegou à competição em situação diferente. Na ocasião, o russo Marat Safin era o líder da Corrida, com 75 pontos a mais do que o brasileiro.
Mas, depois de vitórias sobre Ievguêni Kafelnikov e Pete Sampras, Kuerten, enfim, garantiu o título na decisão, ao bater Agassi.
Agora, para repetir o feito, o brasileiro não precisa "secar" seus rivais. Para levar a melhor, depende apenas de seus resultados.
Pode até comemorar novamente se não ganhar nenhum jogo, desde que Hewitt e Agassi não passem, por exemplo, da primeira fase do torneio -os oito tenistas são divididos em dois grupos e jogam entre si nessas chaves.
Se o cenário da pontuação é "rosa" para o brasileiro, sua atual fase nas quadras é bastante diferente.
Na reta final do circuito, em condições parecidas com as que vai enfrentar em Sydney, Kuerten não foi o mesmo do ano passado.
Depois de eliminado do Aberto dos EUA, ainda no início de setembro, mergulhou na pior fase da sua carreira, justamente em ginásios e quadras rápidas, ambiente que enfrentará em Sydney.
Em cinco jogos nessas condições, Guga conseguiu vencer apenas uma vez, no Masters Series de Paris. Nos outros torneios "indoor" que disputou (Lyon, Basiléia e Stuttgart), caiu na estréia.
"Sei que estou sob pressão, mas acho que isso pode me motivar ainda mais", disse o brasileiro, na apresentação do Masters, ontem. "Se eu vencer a primeira partida, sei que minha confiança voltará."
No ano passado, Kuerten chegou a Lisboa embalado: antes da competição, o brasileiro tinha um retrospecto de seis vitórias em nove jogos em quadras cobertas.
Hoje, Guga, dependendo da jornada inaugural em Sydney, pode melhorar ainda mais sua situação. No grupo mais equilibrado, Hewitt faria sua estréia às 5h30 (de Brasília) contra o francês Sebastién Grosjean. Depois, Agassi, que também vive má fase, pegaria o local Patrick Rafter, que pode encerrar a carreira no Masters.


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