RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o Paulista de 2005, primeiro dos três títulos ganhos pelo São Paulo naquele ano, o torcedor do time habituou-se a cantar a escalação da equipe com três zagueiros. Se conquistar o Campeonato Brasileiro, o técnico Muricy Ramalho será o responsável por trazer de volta ao coro da torcida um grito de guerra com somente dois defensores.
No 4-4-2, o time do Morumbi não conquista um título de relevância desde o Estadual de 2000, sob o comando de Levir Culpi. Naquela época, o São Paulo jogava com Edmílson e Rogério Pinheiro na zaga. Belletti e Fábio Aurélio eram os laterais.
A exceção feita nesse hiato de tempo sem levantar qualquer taça jogando com dois homens atrás só ocorreu em 2002, no Supercampeonato Paulista. O então técnico Oswaldo de Oliveira assumiu a equipe de Nelsinho Baptista que já atuava no 4-4-2, com Emerson e Jean no miolo de zaga e Gabriel e Gustavo Nery nas laterais.
Não que os técnicos que passaram pelo time são-paulino desde então não tenham tentado consagrar o esquema agora "desenterrado" por Muricy. Oswaldo Alvarez e Roberto Rojas, além de Oswaldo de Oliveira, revezaram o tipo de jogo da equipe de acordo com o andamento da temporada. O 3-5-2 vitorioso só ganhou cores definitivas nas mãos de Cuca, que assumiu em 2004 e deu forma à equipe que vingaria um ano depois.
Emerson Leão e Paulo Autuori, campeões em 2005, tentaram alterar o padrão tático do time. Desistiram. Sem Lugano, que foi para o futebol turco, Muricy enxergou a possibilidade de resgatar o 4-4-2, principalmente após as boas apresentações de Ilsinho pela lateral, deixando Souza e Danilo mais livres para atuar pelo meio-campo. "Não existe esquema tático ideal", chegou a afirmar recentemente.
Ao menos por enquanto, o ideal para ele será ver a equipe triunfar com a dupla Fabão e Miranda.


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