São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Com gol acidental, Santos cola na Libertadores

Bola despretensiosa alçada por Rodrigo Tabata entra no gol de Flávio e facilita campanha alvinegra por vaga na taça continental

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

É, Flávio. Tem dias que realmente não dá certo.
Num dia em que seu clube, o Paraná, dava muito trabalho ao Santos na Vila Belmiro, o goleiro falhou numa bola alçada na área, em falta cobrada por Rodrigo Tabata. Assim fez-se a vitória do time de Vanderlei Luxemburgo, rival direto do Paraná pela vaga na Libertadores.
Numa falta cobrada da esquerda, o meia santista acabou marcando sem querer. Quando se deu conta de que a bola intocada ia encobri-lo e entrar no gol, Flávio ainda estapeou a redonda. Sem sucesso.
"Foi um cruzamento realmente", disse Rodrigo Tabata, em momento de honestidade raro em lances como esse.
Porém fez questão de emendar: "Mas você vê que isso é trabalho, né? Você viu que o Reinaldo quase tocou na bola e atrapalhou o goleiro", disse Tabata. Na verdade, quem esteve perto de completar para o gol foi o meia Cléber Santana.
O técnico Caio Júnior, no intervalo, demonstrou que ia ter contas a acertar com o goleiro.
"O time estava bem taticamente. Tomamos um gol num azar, o Flávio não foi feliz", afirmou o treinador, desiludido.
A verdade é que a infelicidade de Flávio facilitou muito um jogo duro, em que o Santos tinha diante de si um adversário ousado, aplicado na marcação e capaz de contra-ataques perigosos. Por pouco, os paranistas não saíram à frente logo nos primeiros 15min da partida.
Sandro lançou Leonardo, que passou pela zaga e tocou na saída de Fábio Costa. A salvação veio nos pés do zagueiro Ronaldo Guiaro, que despachou a bola em cima da linha.
A vantagem deu ao Santos tranqüilidade. O time, que pouco fez no primeiro tempo, voltou com mais controle da partida. Se não agradou a torcida, convocada por Luxemburgo para apoiar na briga pela Libertadores, ao menos manteve o bom rendimento caseiro.
Os donos da casa tentavam ampliar por meio de Wellington Paulista e Reinaldo, que perdeu ao menos três gols. Aos 32min do segundo tempo, porém, os visitantes ressurgiram.
A entrada de Maicossuel no lugar de Edinho deu mais agressividade aos tricolores do Paraná. A melhor chance veio na cabeçada de Beto, que Fábio Costa defendeu no canto.
O Santos não conseguiu o segundo gol por dois motivos. O primeiro foi a expulsão de Adriano, que entrou no lugar de Tabata, mas fez faltas desleais e tomou dois amarelos. Complicou para seu time, que foi encurralado no fim pelo Paraná.
O segundo foi a atuação brilhante do mesmo Flávio que havia entregado o gol. Em pelo menos duas defesa brilhantes e numa saída em que fechou o ângulo de um Reinaldo cara a cara, ele garantiu que a bola não entraria novamente.
Para não se abater completamente, Flávio teve o consolo de que o Vasco permitiu o empate ao Juventude no Rio, o que deixa seu clube apenas um ponto atrás da zona da Libertadores.
Já o Santos, com 59 pontos, fica cada vez mais próximo do sucesso na campanha, ainda que só 8.234 torcedores tenham ido à Vila Belmiro.


Colaborou a Agência Folha, em Santos

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