São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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Sem fronteira

Confederação Brasileira de Basquete estuda naturalizar estrangeiros que atuam no Brasil para defender as seleções do país

Letícia Moreira/Folhapress
O ala norte-americano Shamell, do Pinheiros

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) quer naturalizar jogadores estrangeiros que atuam no Brasil. A ideia é que os atletas que tenham nível técnico reforcem as seleções brasileiras.
Os diretores das equipe nacional masculina, Vanderlei Mazzuchini, e feminina, Hortência Marcari, trabalham neste projeto em conjunto com técnicos, mas não dão prazo para concretizá-lo.
Alguns americanos que atuam no NBB (Novo Basquete Brasil) já foram sondados sobre a possibilidade de se naturalizar, como o ala Shamell, do Pinheiros, e o armador Larry, do Bauru.
"Não tenho medo de mudança", disse Mazzuchini. "Naturalizar estrangeiros que tenham identidade com o Brasil é realmente uma opção, mas ainda está no começo e é um assunto delicado", confirmou o ex-ala da seleção brasileira e atual diretor de seleções da CBB.
O técnico da seleção masculina, o argentino Rubén Magnano, confirmou, em entrevista por e-mail, que estrangeiros com nacionalidade brasileira serão convocados para representar o país.
"Não vejo problema nenhum em um atleta naturalizado defender a seleção. O importante é o nível e as boas condições que esse jogador apresentar", afirmou ele.
No feminino, Hortência usa os exemplos da Europa, especialmente da Rússia, para tentar executar o plano até a Olimpíada do Rio, em 2016.
Hortência aponta o pouco tempo para a formação de novos talentos como possível responsável pela naturalização. "É impossível formar uma atleta em cinco anos", declarou a ex-jogadora e hoje dirigente, no final de janeiro.
"A Rússia joga hoje com uma armadora americana naturalizada", afirmou a jogadora, na mesma ocasião.
Em contato com a reportagem, Hortência afirmou que suas declarações de janeiro foram feitas em tom de "brincadeira", mas se disse preocupada com a renovação na seleção brasileira.
"Não é algo que quero para já. Preciso conversar com o presidente da CBB", disse a diretora da seleção feminina.
O Brasil já tentou utilizar uma estrangeira na equipe nacional de basquete.
A argentina Karina Rodrigues obteve a cidadania brasileira em 1994, mas não pôde defender o país porque já havia atuado pela nação de origem quando era adolescente, em um torneio sub-17.
O exemplo da Rússia é um dos casos de sucesso de naturalização no basquete feminino. A armadora Rebecca Hammon, nascida nos EUA, adquiriu nacionalidade russa em 2008, com a qual conquistou a medalha de bronze na Olimpíada de Pequim.
Já a Espanha conta com a pivô Sancho Lyttle, nascida nas ilhas de São Vicente e Granadinas, no Caribe.


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