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AÇÃO
O time e um sonho
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A temporada começou bem
para os brasileiros no circuito mundial de surfe, WCT. Logo
na primeira etapa, na Austrália,
tivemos Mineirinho (terceiro) e
Raoni (quinto) entre os melhores,
reforçando as expectativas nos
dois. Outra boa notícia foi a do
Tim Pró-Surf, um patrocínio para
o grupo brasileiro no Tour. Sob
supervisão técnica do experiente
Renan Rocha, a idéia é incentivar
os oito atletas na elite a trabalhar
em equipe, o que pode ajudar na
busca do tão sonhado título mundial. Vamos aos protagonistas:
Victor Ribas, 34, em 99 ficou em
terceiro no ranking, até hoje o
melhor índice de um brasileiro.
Cabo-friense, campeão da divisão
de acesso (WQS) em 97, especialista em ondas pequenas, está em
sua 13ª temporada. Pela experiência e regularidade, deve se
manter na elite por algum tempo.
Paulo Moura, 26, em sua quinta
temporada, em 2005, ficou em 18º
e vem crescendo ano após ano.
Não foi melhor porque pegou o
campeão mundial, Kelly Slater,
em várias etapas. Nascido em Recife, vive em Florianópolis. Goofy
footer, corajoso, leva vantagem
em ondas pesadas para a esquerda, como as de Teahupoo, Tavarua, Pipeline. Pode surpreender.
Peterson Rosa, 31, conciliou bem
a disputa do Mundial e do Brasileiro, obteve três títulos nacionais
e está na elite mundial há 14 anos.
Nascido no Guarujá, vive em Florianópolis. Faz manobras com
muita pressão e raramente cai da
prancha, o que compensa a limitação de estilo. Parece estar cansando do Tour, pois deixou uma
bateria antes do final na primeira
etapa. Espero estar enganado.
Marcelo Nunes, 25, pelo físico e
pelo futebol, é conhecido como Pequeno Romário. Está há quatro
anos no Tour e, em 2005, ficou
com a última vaga pelo WCT, a
27ª, devido à desistência de Luke
Egan. Potiguar, sua especialidade
são os aéreos. Falta regularidade.
Lutará para ficar na elite.
Adriano de Souza, 19, o Mineirinho do Guarujá, venceu o Mundial Pro Junior em 2003, o WQS
em 2005 e ascende ao WCT com
aura de promessa. Na primeira
etapa, ficou em terceiro. Com vasto repertório de manobras, é consciente no que faz. Falta algo a
mais em onda pesada. Vai longe.
Pedro Henrique, 23, outro estreante, também foi campeão
mundial Pro Junior, quando o título era disputado no Havaí. Carioca, tem talento e sabe que deve
trabalhar para resultados futuros. Por sua posição no ranking,
terá paradas duras nas etapas.
Promessa para os próximos anos.
Yuri Sodré, 27, volta à elite,
após cinco anos e muitas provas
no WQS, mais maduro e experiente. Carioca, determinado,
convive com a dificuldade de patrocínio. Tem um surfe mais sólido, menos acrobático, e está acostumado a ondas pesadas. Surfa
com pranchas All Merick, e equipamento faz diferença. Deve seguir na elite.
Raoni Monteiro, 23, está no
Tour há três anos -e este tem tudo para ser o melhor. Em 2005,
precisou correr para garantir a
vaga nas últimas provas no Havaí. Local de Saquarema, RJ, é casado, tem um filho e potencial para disputar as primeiras posições.
Falta acreditar e se concentrar.
Mundial de surfe - WCT
O Rip Curl Pro, a mais tradicional prova do Tour, começou em Winkipop, praia vizinha a Bells. Slater bateu Mineirinho, que vai com outros brasileiros à repescagem. Raoni, contundido, não atua na etapa.
Altos e baixos
Neco Padaratz venceu o WQS de Newcastle (AUS). Foi sua primeira
vitória no circuito mundial após a suspensão por doping. Foram 12
baterias em ondas de dez pés. Agora está em quarto no ranking.
Bem alto
Danny Way (EUA) bateu o recorde no "bomb drop", quando o skatista salta no vazio até achar a rampa. Na marca anterior, saíra de um
helicóptero. Agora, do alto do Hard Rock Café de Las Vegas (25 m).
E-mail - sarli@trip.com.br
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