São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 2006

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AÇÃO

O time e um sonho

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A temporada começou bem para os brasileiros no circuito mundial de surfe, WCT. Logo na primeira etapa, na Austrália, tivemos Mineirinho (terceiro) e Raoni (quinto) entre os melhores, reforçando as expectativas nos dois. Outra boa notícia foi a do Tim Pró-Surf, um patrocínio para o grupo brasileiro no Tour. Sob supervisão técnica do experiente Renan Rocha, a idéia é incentivar os oito atletas na elite a trabalhar em equipe, o que pode ajudar na busca do tão sonhado título mundial. Vamos aos protagonistas:
Victor Ribas, 34, em 99 ficou em terceiro no ranking, até hoje o melhor índice de um brasileiro. Cabo-friense, campeão da divisão de acesso (WQS) em 97, especialista em ondas pequenas, está em sua 13ª temporada. Pela experiência e regularidade, deve se manter na elite por algum tempo.
Paulo Moura, 26, em sua quinta temporada, em 2005, ficou em 18º e vem crescendo ano após ano. Não foi melhor porque pegou o campeão mundial, Kelly Slater, em várias etapas. Nascido em Recife, vive em Florianópolis. Goofy footer, corajoso, leva vantagem em ondas pesadas para a esquerda, como as de Teahupoo, Tavarua, Pipeline. Pode surpreender.
Peterson Rosa, 31, conciliou bem a disputa do Mundial e do Brasileiro, obteve três títulos nacionais e está na elite mundial há 14 anos. Nascido no Guarujá, vive em Florianópolis. Faz manobras com muita pressão e raramente cai da prancha, o que compensa a limitação de estilo. Parece estar cansando do Tour, pois deixou uma bateria antes do final na primeira etapa. Espero estar enganado.
Marcelo Nunes, 25, pelo físico e pelo futebol, é conhecido como Pequeno Romário. Está há quatro anos no Tour e, em 2005, ficou com a última vaga pelo WCT, a 27ª, devido à desistência de Luke Egan. Potiguar, sua especialidade são os aéreos. Falta regularidade. Lutará para ficar na elite.
Adriano de Souza, 19, o Mineirinho do Guarujá, venceu o Mundial Pro Junior em 2003, o WQS em 2005 e ascende ao WCT com aura de promessa. Na primeira etapa, ficou em terceiro. Com vasto repertório de manobras, é consciente no que faz. Falta algo a mais em onda pesada. Vai longe.
Pedro Henrique, 23, outro estreante, também foi campeão mundial Pro Junior, quando o título era disputado no Havaí. Carioca, tem talento e sabe que deve trabalhar para resultados futuros. Por sua posição no ranking, terá paradas duras nas etapas. Promessa para os próximos anos.
Yuri Sodré, 27, volta à elite, após cinco anos e muitas provas no WQS, mais maduro e experiente. Carioca, determinado, convive com a dificuldade de patrocínio. Tem um surfe mais sólido, menos acrobático, e está acostumado a ondas pesadas. Surfa com pranchas All Merick, e equipamento faz diferença. Deve seguir na elite.
Raoni Monteiro, 23, está no Tour há três anos -e este tem tudo para ser o melhor. Em 2005, precisou correr para garantir a vaga nas últimas provas no Havaí. Local de Saquarema, RJ, é casado, tem um filho e potencial para disputar as primeiras posições. Falta acreditar e se concentrar.

Mundial de surfe - WCT
O Rip Curl Pro, a mais tradicional prova do Tour, começou em Winkipop, praia vizinha a Bells. Slater bateu Mineirinho, que vai com outros brasileiros à repescagem. Raoni, contundido, não atua na etapa.

Altos e baixos
Neco Padaratz venceu o WQS de Newcastle (AUS). Foi sua primeira vitória no circuito mundial após a suspensão por doping. Foram 12 baterias em ondas de dez pés. Agora está em quarto no ranking.

Bem alto
Danny Way (EUA) bateu o recorde no "bomb drop", quando o skatista salta no vazio até achar a rampa. Na marca anterior, saíra de um helicóptero. Agora, do alto do Hard Rock Café de Las Vegas (25 m).


E-mail - sarli@trip.com.br

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