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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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No invicto Cruzeiro, treinador carioca isola-se como "rei das vitórias" entre os mais rodados do Brasileiro e vislumbra seu quarto título nacional, façanha ainda inédita na profissão

Luxemburgo, de novo top de linha, busca recordes

Marcia Feitosa/'Jornal dos Sports'
Luxemburgo bate bola em treino do Cruzeiro no Rio, onde pega o Vasco na quarta pela Copa do Brasil


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três anos em que deixou o sucesso na bola para acumular problemas fora dos gramados e desafetos, Wanderley Luxemburgo, 51, está de volta, na parte esportiva, aos bons tempos.
Com o Cruzeiro, ele ameaça fazer o melhor Brasileiro da sua carreira e já vislumbra recordes.
Em oito jogos com os mineiros, o ex-comandante da seleção brasileira, a qual deixou após estar envolvido em escândalos e fracassar na Olimpíada de Sydney, acumula seis vitórias e dois empates. Assim, venceu 75% das partidas que disputou, o que significa o melhor aproveitamento em um Nacional na sua carreira. Em 1993, no Palmeiras, com um elenco muito mais estrelado do que conta hoje, foi campeão vencendo 73% das partidas.
No grupo de treinadores que já acumulam cem vitórias no Nacional ou mais de dez edições trabalhadas, Luxemburgo isolou-se agora como o mais eficiente.
Seus clubes venceram 49% das partidas disputadas. Quem chega mais perto disso, entre os mais rodados na competição, segundo levantamento da revista "Placar", é Carlos Alberto Silva, com 48%.
Em números absolutos, Luxemburgo já é o quarto no ranking de vitórias do Nacional.
Dono de números tão bons em 2003, Luxemburgo tem boas credenciais para tornar-se o primeiro treinador com quatro títulos brasileiros na galeria de troféus.
Além dele, Rubens Minelli e Ênio Andrade acumulam hoje três títulos do Nacional.
Os dois precisaram, entretanto, de mais tempo para isso. O primeiro trabalhou em 16 edições, e o segundo, em 17. Já Luxemburgo disputa agora seu 13º Campeonato Brasileiro.
O reencontro do treinador com as vitórias acontece depois de seguidos fracassos. Em 2001, com o Corinthians, terminou em um modesto 18º lugar. No ano passado, trocou o Palmeiras pelo Cruzeiro logo no início do Nacional, acabou não indo às finais, mas montou a base de agora.
Sempre com seu atual técnico no banco, o Cruzeiro não perde há 33 jogos. Antes da liderança do Nacional-03, o time já havia triunfado no Campeonato Mineiro, que conquistou de forma invicta.
O desempenho de Luxemburgo é ótimo mesmo com alguns problemas fora de campo. No início do maior Brasileiro da história, ele causou uma pequena crise no São Paulo e desconforto no Cruzeiro ao mostrar desejo de comandar a equipe do Morumbi.
Nesta semana, Luxemburgo terá que deixar o sucesso no Brasileiro de lado para desafiar um certame em que tem um currículo recheado de manchas.
Amanhã, no Rio de Janeiro, o Cruzeiro joga por uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil diante do Vasco. Na semana passada, no primeiro jogo da série, os mineiros venceram por 2 a 1.
Na competição nacional eliminatória, Luxemburgo nunca triunfou. Esteve perto disso duas vezes, em 1996, com o Palmeiras, e 2001, com o Corinthians, mas fracassou na decisão.
Mas o pior para ele na Copa do Brasil aconteceu no ano passado, quando foi eliminado, dirigindo o Palmeiras, pelo modesto e folclórico ASA de Arapiraca.
Pelo Brasileiro, seu próximo desafio acontece no domingo, quando vai enfrentar, no estádio do Mineirão, o Corinthians.


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