São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007 |
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TOSTÃO A descoberta de um craque
SOBRARAM APENAS dois times brasileiros na Libertadores, Santos e Grêmio. O São Paulo não teve uma noite infeliz. Perdeu por causa da queda da equipe neste ano e pelos méritos do Grêmio, um time organizado, guerreiro e que não deixa o adversário jogar livre. O Flamengo fez dois gols, tinha tudo para fazer mais dois, mas se apavorou diante dessa possibilidade. Ney Franco também substituiu mal ao trocar os dois volantes, que desarmavam e iniciavam bem os ataques, por dois jogadores mais à frente. O time, que estava bem e criava chances de fazer gols, ficou totalmente confuso no ataque, extremamente frágil na defesa e só não levou gols graças ao Bruno. Já o Santos, após levar dois gols surpreendentes do Caracas, tocou a bola com lucidez e conseguiu fazer três. Zé Roberto teve outra excepcional atuação, jogando de novo livre, perto dos dois atacantes, em uma posição na qual nunca tinha atuado em outro clube. Zé Roberto se descobriu, e nós, que já conhecíamos um excelente jogador, descobrimos um novo craque. Achar o seu jeito de jogar é importantíssimo na carreira de um atleta. Muitos não conseguem porque não percebem, não pedem para mudar de posição e porque não encontram a ajuda de um treinador competente, como Vanderlei Luxemburgo. Discurso vazio Luxemburgo confirmou que orienta os jogadores para trabalhar com determinado empresário e que participa das negociações de salários dos atletas com os clubes. Diz que assim, com sua experiência e seus conhecimentos, ajuda os jogadores e os clubes, além de ser essa uma postura comum na Europa. Mas no Brasil não é assim. Na Europa, as coisas são feitas com mais transparência, e os técnicos não mudam tanto de clubes. Dias depois, no programa "Bem Amigos", do Sportv, Luxemburgo criticou duramente os empresários e se nomeou defensor dos clubes e do futebol. Não houve contestação. Será que alguém ficou sensibilizado com tanto desprendimento e rigor ético do treinador? Luxemburgo, para contestar as críticas, finge não entender que as mesmas palavras ditas por pessoas diferentes têm interpretações variadas. É quase impossível analisar sem fazer associações com o passado. Para ter mais credibilidade, Luxemburgo precisa de tempo e de atitudes transparentes, e não de discursos vazios. Brasileiro Não aponto favoritos nem candidatos ao descenso. Não sou apostador profissional. Sou comentarista, embora faça também análises equivocadas. Talvez fosse melhor não fazer uma coisa nem outra. Evitaria questionamentos, pelos que têm ótimos argumentos e pelos que só repetem coisas que não têm nada a ver com a realidade do futebol. Grave erro Os árbitros são muito mais criticados do que deveriam. Mas há erros tão graves que são imperdoáveis, como o pênalti não marcado a favor do Atlético-MG contra o Botafogo. Carlos Eugênio Simon estava perto do lance e não havia ninguém à sua frente. A falha foi absurda, uma das mais graves que já vi.
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