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Jardim Irene lembra seleção, Mundial e até Peru, mas esquece Itália
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é fácil encontrar a presença italiana no Jardim Irene (zona sul de São Paulo),
bairro onde Cafu nasceu e conheceu Regina, sua mulher,
cuja possível ascendência européia garantiu o passaporte
comunitário ao jogador.
"Muito estrangeiro vem
aqui. Vou conhecer na segunda-feira um italiano, que vem
ver meus trabalhos. Por coincidência é de Milão, mas não
tem nada a ver com o Cafu",
conta Wagner Lucas, que comercializa arte em grafite.
"Os gringos estão descobrindo a realidade brasileira.
Aqui já veio gente de Itália,
França...", enumera o artista.
Zeldimar Eufrásio da Silva,
39, o Mazinho, que diz ter jogado bola com Cafu e dividido
muito pão com banana com
ele, relata que há estrangeiros
morando nas imediações.
"Aqui tem tudo. Italiano, alemão, nordestino, mineiro."
Nas ruas, porém, o verde-e-amarelo é que dá o tom. Passeando pelo bairro, é difícil
encontrar um local que não
traga pinturas, bandeirinhas
ou símbolos alusivos à Copa.
Algumas vias ainda estão
fechadas para a decoração ser
finalizada. Não, não há sequer
uma bandeirinha italiana decorando o local. Mas do Peru,
ausente do Mundial, sim.
"Tivemos idéia de decorar a
loja com a caricatura dos jogadores [aparecem dialogando Cafu, Ronaldo e Ronaldinho]. Os únicos estrangeiros
que já vi aqui são do Peru. Aí
pusemos a bandeira deles",
explica José Antônio Alicate,
que, apesar do sobrenome,
negocia desinfetantes.
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