São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BASQUETE

A gente nunca esquece

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

"Estava andando à toa no ginásio, vi algumas meninas jogando, me identifiquei e pedi à professora para treinar também. Tinha nove anos quando peguei a bola pela primeira vez." Adrianinha, 25, armadora.
"Aos 14 anos, eu era muito alta, não sabia se ia dar certo ou não. Foi até engraçado, meio desengonçado." Alessandra, 30, pivô.
"Minha irmã mais velha jogava, mas só fui tocar na bola aos 11 anos. Acompanhei ela uma vez ao treino e me chamaram. Lembro da primeira bandeja, em câmera lenta, sem nenhuma coordenação." Cíntia Tuiú, 29, pivô.
"Iniciei com 14 anos, quando começaram as aulas de basquete na escola." Ega, 26, pivô.
"Foi meio complicado. Teve muita insistência dos meus professores e dos meus pais. Eu tinha 14 anos e não agüentava o peso da bola." Érika, 22, pivô.
"Meu pai era treinador. Desde pequena eu brincava na quadra. Eu também fazia natação, mas aí ela passou a ser obrigação, enquanto o basquete sempre foi prazeroso." Helen, 31, armadora.
"O professor insistia, dizia que eu tinha jeito. De tanto falar, aos 12 anos eu decidi tentar. Mas foi terrível. Bola grande, não sabia nem bater direito. Só fazia jogar ela para cima." Iziane, 22, ala.
"Comecei mesmo na escola, aos 13 anos, que me incentivou a treinar sério." Janeth, 35, ala.
"Meus irmãos, tios e primas jogavam, e eu acabei seguindo o mesmo caminho. Foi meio desproporcional, porque eu era baixinha." Karla, 25, armadora.
"Nunca nem tinha visto uma bola de basquete. Aos 13 anos, eu era gordinha e precisava fazer algum esporte. Foi uma indicação de um médico que me deu um tratamento." Kelly, 24, pivô.
"Minha primeira experiência foi como brincadeira mesmo, aos seis anos." Leila, 29, ala-pivô.
"Foi por acaso. Eu tinha nove anos e, para acompanhar uma amiga, entrei em uma escolinha. Deu certo." Lilian, 25, ala.
"Foi brincando nas férias, aos dez anos. Mas tenho uma tia [a campeã mundial Roseli] que joga e comecei a acompanhá-la nos treinos." Sílvia Cristina, 22, ala.
"Não foi uma coisa que eu escolhi. Queria fazer vôlei, mas aos 12 anos fiz um teste com uma amiga que queria jogar basquete e acabei entrando também para o basquete. Tentava bater a bola, mas não conseguia. Ela saía correndo." Vivian, 28, armadora.
"Comecei aos 15 anos. Eu era alta, nunca tinha feito exercício físico e era descoordenada. Foi terrível." Zaine, 26, pivô.
 
"O centro comunitário do bairro juntou a garotada no fim de semana. Fomos apresentadas a vários esportes. Cada criança brincou com o que quis. Eu achei o basquete mais divertido. Havia uma bola pequena, proporcional à minha mão. Não doeu nada. Meus pais, embora praticassem outras modalidades, me apoiaram. Naquele mesmo mês, a escola incluiu o basquete nos meus recreios e aulas de educação física. Quando tudo começou? Eu tinha seis anos." Yuliseny Soria, 24, ala cubana, destaque dos jogos contra o Brasil na quinzena passada.

Ignição 1
Muita gente torceu o nariz para as atuações diante das cubanas. Tá certo, não foram convincentes. Mas é preciso relevar um pouco. Os amistosos foram agendados para embalar o público (e o patrocinador) e sacudir as brasileiras. Mas vieram em momento inapropriado do ponto de vista técnico. Os treinos táticos nem começaram.

Ignição 2
Há no basquete poucos lances tão bonitos, graciosos quanto um contra-ataque de Iziane. A maranhense corre sem fazer barulho.

Ignição 3
A busca por visibilidade na mídia explica a política da CBB de alternar os treinos da seleção feminina entre São Paulo e Rio.

E-mail melk@uol.com.br


Texto Anterior: Atletismo: Revezamento 4 x 100 m fica sem Claudinei
Próximo Texto: Futebol - Marcos Augusto Gonçalves: Brasileirão no exterior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.