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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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Schumacher fica nervoso, erra e permite que Raikonnen chegue a ser "campeão momentâneo", mas finlandês fraqueja

Imprevisível, GP faz balançar título certo

DO ENVIADO A SUZUKA

Quem esperava chuva viu um GP do Japão com pista seca. Quem previa um Michael Schumacher cauteloso viu um sujeito nervoso cometer erros banais. Quem apostava numa prova ousada de Kimi Raikkonen assistiu a um piloto insosso, impotente.
E a matemática foi a tônica do GP de encerramento do Mundial mais apertado dos últimos anos.
Da largada à bandeirada final, os 130 mil torcedores que lotaram as arquibancadas de Suzuka, ontem, fizeram contas para saber, afinal, quem seria o campeão.
Por 52 das 53 voltas, Schumacher segurou a taça. Mas houve um instante, na 13ª volta, em que o título foi para o rival finlandês.
O GP do Japão foi um dos mais movimentados e imprevisíveis do Mundial. A começar pelo clima.
A meteorologia indicava 70% de chances de chuva. Os 30%, porém, prevaleceram, e o máximo que se viu foi uma garoa fina, pela manhã, que deixou o asfalto levemente úmido. Foi o bastante para preocupar Rubens Barrichello, o pole position. Embora os pneus da Bridgestone, que equipam a Ferrari, sejam melhores que os Michelin debaixo de chuva, o favoritismo se dissolve quando há pouca água. "Essa situação de chove-não-molha é ruim para a gente", disse, a caminho do grid.
Seus temores se justificaram, e na primeira volta ele não teve como segurar Juan Pablo Montoya, que saíra em segundo. Conforme a corrida evoluía e o asfalto secava, no entanto, o rendimento da Ferrari número dois melhorava.
"Naquele começo de prova, a pista estava muito escorregadia para a gente. Perdi um pouco o carro na primeira curva, e o Montoya aproveitou para me passar."
Na sexta volta, Barrichello partiu para o ataque aberto a Montoya. Mas tinha uma preocupação no retrovisor: Fernando Alonso, da Renault, que o pressionava.
Em 12 voltas, ele se livrou dos dois problemas. Na nona volta, Montoya, subitamente, perdeu ritmo. Com uma pane hidráulica, abandonou a corrida. No 18º giro foi a vez de o espanhol deixar a prova, com a quebra do motor. Irritado, sem poder lutar por sua segunda vitória na categoria, Alonso deixou o carro na grama e socou o guard-rail. Àquela altura, ele era mais veloz que o brasileiro, e a ultrapassagem parecia certa.
Barrichello, líder, conseguiu então relaxar um pouco. O segundo colocado, David Coulthard, da McLaren, estava a mais de 15 segundos de distância. Seu companheiro, Raikkonen, o terceiro colocado, já não mostrava a mesma velocidade do início do GP.
Sorte de Schumacher. Porque ontem, nervoso com a decisão e, principalmente, com o 14º posto no grid, o então pentacampeão cometeu um erro atrás do outro.
Mantendo o ritmo e a vantagem, Barrichello não foi jamais ameaçado pela dupla da McLaren. De forma tranquila, venceu pela segunda vez no ano e pela sétima em sua carreira na F-1.
Apesar de ter perdido tempo em choques com Takuma Sato e Ralf, Schumacher fez valer a superioridade do equipamento da Ferrari e conseguiu chegar à zona de pontos, na oitava colocação.
Raikkonen, que chegou a ocupar uma liderança efêmera, na 13ª volta, quando o alemão ainda lutava no pelotão do fundo, não conseguiu se aproximar do brasileiro. "Não gosto de ser segundo", disse. Ontem, porém, ele não teve outra opção. (FÁBIO SEIXAS)


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