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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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Após ano mediano, piloto brasileiro cumpre seu papel e ajuda a Ferrari a ganhar os títulos de pilotos e de construtores

Barrichello tem vitória mais importante

Yoshikazu Tsuno/France Presse
Rubens Barrichello ganha beijo de Jean Todt após vencer no Japão, seu sétimo triunfo na F-1


DO ENVIADO A SUZUKA

Foi a vitória mais significativa da carreira de Rubens Barrichello. Significou o Mundial de Construtores para a Ferrari. Significou uma enorme força para o Mundial de Pilotos conquistado ontem por Michael Schumacher. Significou a redenção do brasileiro em uma temporada mediana.
"Estou super contente. Vencer num circuito tão complicado, num cenário desse, é um sonho. Ao lado de Silverstone [GP da Inglaterra deste ano], foi a melhor corrida da minha vida. Quero agradecer a todos os que ficaram acordados para torcer e para ver a corrida", afirmou ele.
Antes de tudo, sua expressão era de alívio. Barrichello teve no GP do Japão sua missão mais delicada desde que chegou à Ferrari.
Nunca, nas últimas quatro temporadas, a equipe precisou tanto de seu trabalho como escudeiro.
Desde que pisou em Suzuka, sabia que teria a obrigação de vencer, para, assim, barrar a única chance de Kimi Raikkonen.
"Nessa carreira, depois de tanto tempo, você se acostuma às pressões. Primeiro, para se tornar um vencedor. Depois, para se manter um vencedor. Hoje eu sei lidar bem com essa situação e pude manter a calma e a concentração durante a corrida", declarou.
"Eu sabia que tinha que vencer, mas me preocupei só com meu trabalho no carro, não me importei com toda a pressão."
Com a vitória, Barrichello salvou sua temporada, prejudicada pelas dificuldades da Ferrari. Acossada pela concorrência desde o começo do ano, a escuderia precisou direcionar todos os recursos e esforços para o alemão.
Até Suzuka, o brasileiro era apenas o quinto colocado no campeonato e corria risco de terminar o ano até em sétimo lugar.
Seria uma tragédia pessoal. Em 2000, sua temporada de estréia na Ferrari, Barrichello terminou o campeonato na quarta posição no Mundial de Pilotos. A partir de então, passou a experimentar um crescimento: foi terceiro colocado em 2001 e sagrou-se vice-campeão no Mundial passado.
Com o resultado de ontem, ele voltou à quarta posição, mas evitou o rótulo de pior ano pela equipe italiana. Foram duas vitórias, contra uma de 2000.
Barrichello manteve ainda sua invencibilidade. Em quatro temporadas pela Ferrari, conquistou quatro Mundiais de Construtores. "Este aqui foi o que eu tive maior participação, maior influência. Nos outros anos o carro era muito competitivo, eu ainda estava aprendendo a trabalhar com a Ferrari", completou.
A vitória de ontem encerrou um jejum de dez anos de vitórias brasileiras em Suzuka -a última fora em 1993, a derradeira da vida de Ayrton Senna- e elevou Barrichello a terceiro piloto em atividade com mais vitórias na principal categoria do automobilismo.
Com sete triunfos, ele passou à frente do alemão Ralf Schumacher e agora está atrás apenas de Schumacher (70) e do escocês David Coulthard (13). (FÁBIO SEIXAS)


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