São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Sem polícia definir alvo, Rebeca terá de depor

Atleta deve ser ouvida na semana que vem sobre suposta fraude em antidoping

Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública irá investigar o caso da nadadora, mas ontem não sabia como classificá-lo

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A nadadora Rebeca Gusmão será convocada para depor na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública, no Rio. O depoimento será marcado na semana que vem.
Além de Rebeca, a médica Renata Castro, ex-funcionária da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), também terá que depor.
O delegado não descarta convocar o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, e Eduardo de Rose, que coordenou os exames antidoping no Pan do Rio, em julho, e integra a Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-Americana, que comanda o esporte nas Américas.
Na quinta, Rebeca teve seu nome associado a outro caso. Amostra de urina da nadadora, de teste realizado no Pan, apresentou dois DNAs diferentes, segundo nota da CBDA.
A nadadora passou por controles promovidos pela Odepa nos dias 12, 18, 22 e 29.
O resultado aponta que houve fraude da atleta, fraude ou falha no trabalho de coleta ou do laboratório. De Rose, no entanto, acredita em manipulação da urina pela competidora, que ganhou dois ouros, uma prata e um bronze no Rio.
Os exames foram realizados pelo Ladetec, único laboratório do Brasil credenciado pelo Comitê Olímpico Internacional. No dia da divulgação dos resultados das amostras com mais de um doador, Renata Castro pediu desligamento da CBDA.
""Temos que ouvir a versão de todos os envolvidos para apurar os culpados. Não posso falar muita coisa agora", disse o delegado Marcos Cipriano, responsável pela investigação, que deve apurar possíveis delitos no antidoping do Pan. Até o final da tarde de ontem, ele não sabia dizer em qual crime o caso poderia ser enquadrado.
Ele foi designado para o caso pelo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Maria Beltrame. Pouco antes, o presidente do Co-Rio (comitê organizador do Pan) e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, havia se encontrado com o secretário e lhe entregado dossiê sobre o caso.
Segundo nota do Co-Rio, o dirigente pediu a instauração de inquérito criminal para apuração de eventuais delitos nos procedimentos de controle de doping da atleta durante o Pan.
Para especialistas, porém, é difícil que haja punição na esfera criminal, já que não existe legislação específica para isso no Brasil. Nuzman se recusou a falar com os jornalistas. Ele entrou e saiu do prédio da secretaria por uma porta secundária.


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