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Sem polícia definir alvo, Rebeca terá de depor
Atleta deve ser ouvida na semana que vem sobre suposta fraude em antidoping
Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública irá investigar o caso da nadadora, mas ontem
não sabia como classificá-lo
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A nadadora Rebeca Gusmão
será convocada para depor na
Delegacia de Repressão aos
Crimes Contra a Saúde Pública,
no Rio. O depoimento será
marcado na semana que vem.
Além de Rebeca, a médica
Renata Castro, ex-funcionária
da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos),
também terá que depor.
O delegado não descarta convocar o presidente da CBDA,
Coaracy Nunes, e Eduardo de
Rose, que coordenou os exames
antidoping no Pan do Rio, em
julho, e integra a Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-Americana, que comanda o esporte nas Américas.
Na quinta, Rebeca teve seu
nome associado a outro caso.
Amostra de urina da nadadora,
de teste realizado no Pan, apresentou dois DNAs diferentes,
segundo nota da CBDA.
A nadadora passou por controles promovidos pela Odepa
nos dias 12, 18, 22 e 29.
O resultado aponta que houve fraude da atleta, fraude ou
falha no trabalho de coleta ou
do laboratório. De Rose, no entanto, acredita em manipulação da urina pela competidora,
que ganhou dois ouros, uma
prata e um bronze no Rio.
Os exames foram realizados
pelo Ladetec, único laboratório
do Brasil credenciado pelo Comitê Olímpico Internacional.
No dia da divulgação dos resultados das amostras com mais
de um doador, Renata Castro
pediu desligamento da CBDA.
""Temos que ouvir a versão de
todos os envolvidos para apurar os culpados. Não posso falar
muita coisa agora", disse o delegado Marcos Cipriano, responsável pela investigação, que
deve apurar possíveis delitos
no antidoping do Pan. Até o final da tarde de ontem, ele não
sabia dizer em qual crime o caso poderia ser enquadrado.
Ele foi designado para o caso
pelo secretário de Segurança
Pública do Estado do Rio, José
Maria Beltrame. Pouco antes, o
presidente do Co-Rio (comitê
organizador do Pan) e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos
Arthur Nuzman, havia se encontrado com o secretário e lhe
entregado dossiê sobre o caso.
Segundo nota do Co-Rio, o
dirigente pediu a instauração
de inquérito criminal para apuração de eventuais delitos nos
procedimentos de controle de
doping da atleta durante o Pan.
Para especialistas, porém, é
difícil que haja punição na esfera criminal, já que não existe legislação específica para isso no
Brasil. Nuzman se recusou a falar com os jornalistas. Ele entrou e saiu do prédio da secretaria por uma porta secundária.
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