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BOXE
Talento desconhecido
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele é um autêntico "campeão
desconhecido". É uma pena.
Além de estar invicto em 26 lutas (25 vitórias e 1 empate), Tim
Austin é o vice de longevidade entre os campeões da atualidade.
Quer dizer, é o segundo campeão
a ter o título por mais tempo.
Ele conquistou o cinturão dos
galos da Federação Internacional
de Boxe ao bater Mbulelo Botile,
em julho de 1997, há 66 meses.
O único que o supera nesse quesito é o campeão indiscutível dos
médios, o também norte-americano Bernard Hopkins, que ganhou o título da FIB há 93 meses.
Austin está à frente de outro
campeão indiscutível, o dos meio-pesados, Roy Jones Jr., que tem o
cinturão do CMB (Conselho
Mundial de Boxe) há 65 meses.
Também estão atrás de Austin
Sven Ottke (51 meses), campeão
dos supermédios pela FIB, e Irene
Pacheco (45), dono do título dos
pesos-moscas, também pela FIB.
Em sua própria categoria, a dos
galos, o outro campeão que mais
se aproxima do reinado de Austin
é Veerapol Sahaprom, campeão
pelo CMB, "somente" 49 meses.
Mas não é somente nos almanaques de curiosidades que Austin se destaca. Isso se repete no
ringue, tanto que é considerado o
melhor galo do momento atual.
E o leitor deve estar se perguntando: "Como é que raramente se
fala no "Cincinnati Kid"?".
O caso é que não é algo raro
campeões de categorias menores
permanecerem desconhecidos.
Orlando Canizalez, outro galo,
tem o recorde de defesas de título
na categoria (pela FIB, 16), mas só
no finalzinho da carreira teve lutas exibidas pela HBO (que, ao lado da Showtime, mostra os combates mais importantes).
A tradicional "The Ring" mantém seção anual de premiações
extra-oficiais e nomeou o brasileiro Eder Jofre como o vencedor
honorário da categoria "melhor
lutador que você nunca viu" ,
apesar de ele ser um membro do
Hall da Fama e ter os feitos reconhecidos pelas pessoas do meio.
Quatro fatores contribuem para
a anonimidade de Austin: o fato
de ser peso-galo, categoria que
não desperta a atenção do público; o descaso de seu promotor,
Don King; o fato de todos os seus
possíveis grandes rivais terem subido de categoria; a inatividade.
No ano passado, Austin participou de somente um combate,
contra Adan Vargas, na preliminar de John Ruiz x Kirk Johnson.
Ainda assim, Austin esteve quase
perfeito contra o mexicano.
Agora, ele coloca o título em jogo contra um de seus desafiantes
mais perigosos, o pegador mexicano Rafael Marquez, que acumula 27 vitórias, com 25 nocautes, e 3 derrotas (a HBO anuncia
exibição ao vivo para o Brasil a
partir de 0h45 de domingo).
Marquez derrotou por duas vezes Mark "Too Sharp" Johnson,
então considerado um dos melhores pugilistas daquele momento.
Apesar da técnica e da pegada,
Marquez, que é o desafiante obrigatório de Austin, tem um calcanhar de Aquiles, o queixo. As três
derrotas foram por nocaute.
Uma vitória impressionante de
Austin sobre esse adversário duro
será o melhor marketing para
uma eventual ascensão de peso.
Esta é uma das raras oportunidades nas quais Austin participa
de luta de fundo de uma programação. Na preliminar, o olímpico
Ricardo Williams pega Juan Carlos Rubio. É também a chance para o público conhecer (ou rever) Austin, este pequeno campeão, e
talento, desconhecido.
Brasil 1
Apesar de o time de Xuxa e Antonio Mesquita anunciar que eles estão livres dos problemas que os impedem de lutar, Tuto Zabala Jr.,
da Don King Productions, nega e diz que a pendenga prossegue.
Brasil 2
O meio-médio-ligeiro Kelson Pinto lutaria nesta madrugada no
programa "Boxeo de Oro", série promovida por Oscar de la Hoya.
Brasil 3
Em programação da Duva Boxing, o cruzador Rogério Lobo disputa dia 21 o título internacional da IBA, vago, contra Kelvin Davis.
Brasil 4
Na última "The Ring", Claude Abrams, editor da "Boxing News", e
o técnico Teddy Atlas declararam que Popó está entre os dez melhores pugilistas da atualidade, independentemente do peso.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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