São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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FUTEBOL

Com resultados pífios e ameaça de rebaixamento, time aposta no bom retrospecto no estádio e na volta da torcida

Corinthians apela para "efeito Pacaembu"

MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender do estádio, o Corinthians, que enfrenta hoje a Portuguesa Santista, às 16h, tem boa chance de escapar do descenso: o Pacaembu tem visto um ótimo desempenho do time no Paulista.
Embora tenha atuado muito mal fora do estádio -ganhou só 11% dos pontos disputados- no Paulista-04, o Corinthians venceu os dois jogos que disputou no Pacaembu, contra Rio Branco e Juventus. Do torneio de 1996 para cá, o time fez 26 jogos, com 18 vitórias e duas derrotas no estádio.
Em um cenário em que um eventual tropeço contra o adversário pode representar o primeiro rebaixamento do time desde que começou a disputar o Paulista, em 1913, o Corinthians aposta na torcida. Embora tenha a maior delas do Estado, tem a menor média de público entre os quatro grandes paulistas: 5.677 pagantes, contra os 8.268 palmeirenses ou 10.727 são-paulinos no Paulista-04.
A equipe contava com o barateamento dos ingressos, tentado pela diretoria com a Federação Paulista de Futebol, mas ele foi negado. "Espero que o estádio encha, mesmo que xinguem a gente", disse o volante Rincón.
O clube passou a se apoiar em promoções para esgotar os cerca de 23 mil ingressos postos à venda: a Pepsi bancou 2.500, enquanto organizadas como a Gaviões da Fiel e a Camisa 12 compraram quase 4.000 bilhetes por R$ 20 e os revenderam a R$ 10.
Mas ontem a equipe fugiu da fúria de torcedores, cujas visitas aos treinos têm acabado em tumultos. Embora tenha treinado a semana inteira no CT do Parque Ecológico, aberto à torcida, o clube mudou na última hora o treino para o CT de Itaquera, com maior segurança e entrada restrita.
Na quinta-feira, torcedores da organizada Pavilhão Nove discutiram com o meia Renato, que deixava o treino, e invadiram uma área restrita do CT do Parque Ecológico. No dia seguinte, integrantes da Camisa 12 provocaram o goleiro Fábio Costa, que bateu boca com os torcedores.
Ainda assim, ontem, cerca de 70 integrantes das torcidas Coringão Chopp, Gaviões da Fiel e Estopim da Fiel acompanharam o treino na cerca. Após 40 minutos fora do CT, a entrada dos torcedores foi liberada. Não houve tumulto.
Enquanto via o treino, até a torcida pareceu entender que a principal arma da frágil equipe corintiana hoje não será nenhum dos atletas do clube: "A, e, i, o, u... o todo-poderoso não perde no Pacaembu", gritaram os torcedores. "Se a torcida vier aqui para nos apoiar, como hoje, e não para provocar, como aconteceu antes, aí fica tudo bem", disse Rogério.



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