São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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CARTOLA FIXA

Com o vice de futebol, Corinthians teve campanhas pífias no Brasileiro-00 e no Paulista-04

Era Citadini coleciona piores vexames

PAULO COBOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians joga hoje sua permanência na elite do Paulista. Joga também por um cartola que ganhou quatro títulos, mas também foi o comandante de duas das campanhas mais vexaminosas da história do clube.
O vice-presidente de futebol Antonio Roque Citadini, 53, demitiu técnicos, dispensou ídolos, fez uma revolução no elenco e ganhou disputas políticas.
Já seu próprio pescoço resiste à segunda pior campanha do time na história do Paulista -só a de 1913 foi mais desastrosa. Assim como havia agüentado o desempenho no Brasileiro de 2000, quando ele assumiu o cargo no meio da competição em que o clube foi o vice-lanterna (não havia descenso) e com um aproveitamento de 22%, o pior do clube na história do Nacional.
Citadini -o favorito de Alberto Dualib para sucedê-lo na presidência- diz não ter imunidade eterna. "Não sou intocável. Não me considero assim e ninguém no clube deve ser assim."
Realmente ninguém foi intocável no Corinthians durante o reinado do vice de futebol.
Em menos de quatro anos, ele empregou oito treinadores. Com exceção de Carlos Alberto Parreira, nenhum ficou no cargo por uma temporada inteira.
Ele também contratou e dispensou jogadores em um ritmo alucinante, inclusive famosos.
Em 2001, tomou partido de Ricardinho e mandou o meia-atacante Marcelinho, maior ídolo do clube nos anos 90, embora.
Bancou também contratações de risco, como a de Júnior para técnico (ele durou apenas duas partidas) e a de Roberto Rivellino para ser diretor técnico.
Para faturar, quando a fase é boa, ou sobreviver, em caso de pesadelos como o vivido atualmente, o vice-presidente de futebol tem como principal trunfo o bom trânsito dentro do clube.
Citadini começou o ano enfraquecido. Teve seu poder dividido no futebol com Andrés Sanchez e Francisco Papaiordanou.
Logo, entretanto, travou batalha nos bastidores com os dois e novamente saiu vitorioso.
Se o pior acontecer para o Corinthians hoje, Citadini terá como principal missão desafiar a ira da Gaviões da Fiel, maior organizada do clube e com quem vive às turras. Mas, mesmo com o time na segunda divisão do enfraquecido Paulista, parece ter fôlego para seguir.


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