São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Apito, de novo, muda destino de clássico paulista

Gol com a mão de Adriano faz palmeirenses reclamarem de erros seguidos contra o time em jogos ante o São Paulo

São Paulo 2
Palmeiras 1


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
André Dias e Alex Silva, do São Paulo, disputam bola com o adversário Alex Mineiro no clássico

PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante todo o Campeonato Paulista a arbitragem, com erros em momentos importantes, dividiu os holofotes com clubes e jogadores. O primeiro clássico da semifinal não poderia fugir desse roteiro.
O trio de árbitros dividiu com Adriano o destaque da vitória do São Paulo sobre o Palmeiras, ontem, no Morumbi.
O atacante apareceu por fazer os dois gols do triunfo do time da casa, que agora jogará a segunda partida com a vantagem de poder avançar à decisão com um empate, semana que vem, no Parque Antarctica.
Já a arbitragem roubou a cena por permitir o primeiro gol do camisa 10, anotado com a mão. O juiz Paulo César de Oliveira validou o lance, amparado pelo auxílio da assistente Maria Elisa Barbosa, que correu para o meio e assinalou o 1 a 0.
O lance fez os palmeirenses se queixarem de virem sendo prejudicados ao longo dos últimos clássicos contra o São Paulo em quaisquer torneios.
"A gente vem seguidas vezes sendo prejudicado. Na maioria das vezes a gente sai prejudicado contra o São Paulo", reclamou o goleiro Marcos. "Foi de mão e ele estava impedido", disse o camisa 12 do Palmeiras.
Oliveira justificou a validade do lance. Afirmou ter visto a bola tocar no braço de Adriano, mas alegou que não houve a intenção do são-paulino.
"Nossa interpretação foi de jogada normal. Não houve a intenção do toque de mão", disse Paulo César de Oliveira, que isentou sua assistente. "Ela é uma assistente experiente e de muita confiança."
Marcos Marinho, o chefe da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, a princípio condenou o lance, mas depois das explicações de Oliveira o defendeu .
"Ele interpretou que não teve a intenção. É uma explicação interessante. Mas, com certeza, haverá controvérsias", disse.
"O gol irregular mexe com a equipe. Mexeu com o emocional dos jogadores", reclamou Vanderlei Luxemburgo.
Depois do polêmico gol, o São Paulo se encolheu. Ficou atrás, pressionado pelo Palmeiras, que ficava com a posse de bola, mas não conseguia ameaçar o gol de Rogério, a não ser em arremates de longa distância.
Valdivia, marcado por Zé Luis, não conseguia armar as jogadas ou chegar à frente como opção de ataque. O chileno se mostrava nervoso.
Apesar da pressão, os palmeirenses ficaram suscetíveis a contragolpes. Dagoberto era o são-paulino encarregado de puxá-los. Outra alternativa eram os chutões para Adriano dividir com Henrique, que o marcava individualmente.
Os contra-ataques do São Paulo não encaixaram na primeira etapa, mas no segundo tempo o São Paulo não desperdiçou sua primeira chance.
Com 2min da etapa final, o zagueiro Gustavo errou um passe na saída da defesa para o ataque. A bola sobrou para Jorge Wagner, que viu Adriano se enfiando entre Henrique e Pierre. O camisa 10 recebeu a bola, ganhou na força de Pierre e depois deslocou Marcos: 2 a 0.
O Palmeiras, então, aumentou ainda mais a pressão. Vanderlei Luxemburgo colocou Denilson e Lenny para jogarem como pontas. A estratégia deu certo, pelo menos para diminuir a vantagem do rival.
Lenny foi derrubado na área por Alex Silva e Paulo César anotou o pênalti. Alex Mineiro, aos 32min, cobrou e marcou.
O gol foi suficiente para os palmeirenses saírem de campo celebrando como os rivais.


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