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FUTEBOL
Se o Brasil pós-Pelé passaria 24 anos sem título do Mundial, a Alemanha
pós-1974 seria derrotada duas vezes de forma seguida em finais de Copas
Dupla chora "amareladas"
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a consagração no futebol,
muito bem retratadas pelas eras
Pelé e Beckenbauer, Brasil e Alemanha experimentaram uma fase
de transição na qual permaneceram competitivos, porém com
uma série de grandes decepções.
Sem o ""Rei" em campo, o Brasil
amargaria uma ""fila" de 24 anos
na principal competição do futebol mundial. Temido pelos adversários em todas as Copas pós-tri,
ficaria fora de todas as finais entre
1974 e 1990. Nesse período, o
""país do futebol" sofreu algumas
de suas derrotas mais marcantes.
Já na Alemanha, em 1974, a queda diante da inovadora Holanda
(0 a 2) colocou em dúvida a capacidade do Brasil em assimilar novos conceitos no esporte. A valorização da tática e o aprimoramento da preparação física pareciam ir contra o reinado construído pelo técnico futebol brasileiro.
A derrota diante da Itália em
1982 por 3 a 2 foi, por sua vez, um
significativo baque para o chamado futebol-arte. Na Copa da Espanha, os italianos alcançariam em
títulos mundiais o Brasil. A conquista dos dois primeiros troféus
argentinos também colocaram a
propalada hegemonia brasileira
na modalidade contra a parede.
A aparição de Maradona como
melhor jogador do mundo e concorrente de Pelé a maior da história também ajudou a nivelar mais
as coisas no mundo do futebol.
No que se refere a clubes, o Brasil arrebatou entre 1964 e 1991
apenas três títulos de Libertadores e só dois Mundiais, esfriando
ainda mais o domínio brasileiro.
A Alemanha também colecionou boas campanhas e dolorosos
insucessos entre 1978 e 1986. Seria
o segundo país (o primeiro foi a
Holanda) a perder duas finais
consecutivas de Mundiais -em
1982, caiu diante da Itália e, em
1986, perdeu da Argentina. Em
1978, já demonstrara sua queda e
sua dependência de Beckenbauer,
que não atuou naquele Mundial.
Após um tricampeonato europeu do Bayern no meio dos anos
70, o futebol alemão ganharia só
uma vez a Copa dos Campeões
em 20 anos. Mesmo assim, o
Hamburgo, campeão europeu de
1983, perdeu a decisão do Mundial interclubes para o Grêmio.
Ainda dividida, a Alemanha viu
sua metade oriental, cujo legado
não é agregado à atual Alemanha
pela Fifa, ganhar o ouro olímpico
em 1976. A cobiçada medalha escaparia do Brasil por duas vezes
em decisões nos anos 80 -a seleção caiu diante da França em 1984
e da ex-União Soviética em 1988.
A Alemanha só pôde mesmo
festejar uma Eurocopa, em 1980,
entre seu segundo e seu terceiro
título mundial. O Brasil, enquanto isso, penava em uma fila de 40
anos sem taças da Copa América,
jejum só quebrado em casa em
1989. Como consolo, ambos os
países venceram o Mundial sub-20 nos anos 80.
(RODRIGO BUENO)
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