São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

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Ronaldo tem "pior" atuação em Copas

Substituído sob vaias, atacante finaliza só uma vez e recebe 14 passes, números mais baixos em 15 jogos na competição

Jogador, que acertou nove passes até deixar o campo, passa em branco no placar, o que ocorreu só uma vez na campanha do penta


DOS ENVIADOS A BERLIM

Chamar sua atuação de patética só não vale porque, como ele mesmo disse, alguém com seu currículo na seleção brasileira merece bastante respeito.
Mas arrumar outro adjetivo para a atuação de Ronaldo contra a Croácia é missão quase impossível. Seja para um observador comum ou para quem olhe seu desempenho com a lupa dos números do Datafolha, o camisa 9 teve a atuação mais frágil da sua carreira em jogos de Copa do Mundo, e já são 15.
Tanto que, quando ele deixou o campo, substituído por Robinho aos 24min do segundo tempo, recebeu vaia dos fanáticos torcedores croatas e quase nenhum aplauso dos apáticos fãs brasileiros.
É fácil escolher os itens em que Ronaldo, que na Copa de 2002 marcou em seis dos sete jogos do Brasil na campanha do pentacampeonato na Coréia do Sul e no Japão, decepcionou.
Foram apenas nove passes, marca só maior em Mundiais do que os oito do jogo contra a Bélgica, em 2002. Mas, naquela ocasião, ele fez um gol.
Contra a apenas mediana Croácia, Ronaldo finalizou apenas uma vez, e ainda sim sem a pontaria correta.
Ruim assim só contra a Noruega e a Dinamarca, em 1998, mas, contra os noruegueses, ele pelo menos teve a desculpa de apanhar muito -sofreu quatro faltas, contra uma ontem.
Tímido, Ronaldo nunca foi tão pouco procurado pelos companheiros em um jogo de Mundial como no Estádio Olímpico de Berlim. Ele recebeu apenas 14 passes. O recorde anterior (15) havia acontecido na decisão de 1998, quando entrou em campo para enfrentar a França depois de uma crise que até chegou a levá-lo ao hospital horas antes da partida.
Passando em branco, o jogador perdeu uma oportunidade na sua busca por um recorde histórico das Copas. Ele continua dois gols atrás do alemão Gerd Müller, o maior goleador dos Mundiais, com 14 tentos.
Até os rivais falaram sobre a atuação de Ronaldo. "Não dava para esperar muito dele", disse Niko Kovac sobre os longos períodos de inatividade do brasileiro nos últimos meses.
Mas, mesmo depois da saída de Ronaldo, o Brasil não mudou o padrão da sua atuação.
No primeiro tempo ainda foi melhor, com bom apoio dos laterais e movimentação constante de Ronaldinho e Kaká.
E foi com o milanista que o time conseguiu fazer o seu gol, aos 44min da primeira etapa, em belo chute de fora da área.
Pouco antes, a Croácia perdera o seu melhor articulador de jogadas. Depois de sofrer falta de Adriano, Niko Kovac sentiu dores na região do abdômen. Teve que ser substituído.
Antes do fim da primeira metade, Emerson recebeu cartão amarelo e se tornou o único brasileiro pendurado para o jogo contra a Austrália.
No segundo tempo, a partida foi muito mais equilibrada. A Croácia quase empatou, o que repetiria o placar do amistoso entre os times em 2005, mas Dida salvou. (EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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