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Ronaldo tem "pior" atuação em Copas
Substituído sob vaias, atacante finaliza só uma vez e recebe 14 passes, números mais baixos em 15 jogos na competição
Jogador, que acertou nove passes até deixar o campo, passa em branco no placar,
o que ocorreu só uma vez
na campanha do penta
DOS ENVIADOS A BERLIM
Chamar sua atuação de patética só não vale porque, como
ele mesmo disse, alguém com
seu currículo na seleção brasileira merece bastante respeito.
Mas arrumar outro adjetivo
para a atuação de Ronaldo contra a Croácia é missão quase
impossível. Seja para um observador comum ou para quem
olhe seu desempenho com a lupa dos números do Datafolha, o
camisa 9 teve a atuação mais
frágil da sua carreira em jogos
de Copa do Mundo, e já são 15.
Tanto que, quando ele deixou
o campo, substituído por Robinho aos 24min do segundo
tempo, recebeu vaia dos fanáticos torcedores croatas e quase
nenhum aplauso dos apáticos
fãs brasileiros.
É fácil escolher os itens em
que Ronaldo, que na Copa de
2002 marcou em seis dos sete
jogos do Brasil na campanha do
pentacampeonato na Coréia do
Sul e no Japão, decepcionou.
Foram apenas nove passes,
marca só maior em Mundiais
do que os oito do jogo contra a
Bélgica, em 2002. Mas, naquela
ocasião, ele fez um gol.
Contra a apenas mediana
Croácia, Ronaldo finalizou apenas uma vez, e ainda sim sem a
pontaria correta.
Ruim assim só contra a Noruega e a Dinamarca, em 1998,
mas, contra os noruegueses, ele
pelo menos teve a desculpa de
apanhar muito -sofreu quatro
faltas, contra uma ontem.
Tímido, Ronaldo nunca foi
tão pouco procurado pelos
companheiros em um jogo de
Mundial como no Estádio
Olímpico de Berlim. Ele recebeu apenas 14 passes. O recorde
anterior (15) havia acontecido
na decisão de 1998, quando entrou em campo para enfrentar
a França depois de uma crise
que até chegou a levá-lo ao hospital horas antes da partida.
Passando em branco, o jogador perdeu uma oportunidade
na sua busca por um recorde
histórico das Copas. Ele continua dois gols atrás do alemão
Gerd Müller, o maior goleador
dos Mundiais, com 14 tentos.
Até os rivais falaram sobre a
atuação de Ronaldo. "Não dava
para esperar muito dele", disse
Niko Kovac sobre os longos períodos de inatividade do brasileiro nos últimos meses.
Mas, mesmo depois da saída
de Ronaldo, o Brasil não mudou o padrão da sua atuação.
No primeiro tempo ainda foi
melhor, com bom apoio dos laterais e movimentação constante de Ronaldinho e Kaká.
E foi com o milanista que o time conseguiu fazer o seu gol,
aos 44min da primeira etapa,
em belo chute de fora da área.
Pouco antes, a Croácia perdera o seu melhor articulador
de jogadas. Depois de sofrer falta de Adriano, Niko Kovac sentiu dores na região do abdômen. Teve que ser substituído.
Antes do fim da primeira metade, Emerson recebeu cartão
amarelo e se tornou o único
brasileiro pendurado para o jogo contra a Austrália.
No segundo tempo, a partida
foi muito mais equilibrada. A
Croácia quase empatou, o que
repetiria o placar do amistoso
entre os times em 2005, mas
Dida salvou.
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO
PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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