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crise
STJD põe Corinthians em xeque
Ao tomar conhecimento de supostos acertos para impedir queda do time, órgão ordena investigação
Presidente do tribunal,
Rubens Approbato, que é
conselheiro do clube, afirma
ter que se "destituir de tudo"
e que já "provou sua isenção"
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O STJD (Superior Tribunal
de Justiça Desportiva) já requisitou as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal na investigação da parceria Corinthians/MSI para apurar supostos acertos financeiros para
evitar a queda do time no Brasileiro do ano passado.
O caso veio à tona com as interceptações da PF, fruto da investigação conduzida pelo Ministério Público Federal.
A denúncia, por crimes de lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha, foi acatada pela
Justiça, que decretou a prisão
preventiva do presidente da
parceira, Kia Joorabchian, do
magnata russo Boris Berezovski, apontado como principal investidor da MSI, e do diretor da
empresa Nojan Bedroud.
Pelo mesmo motivo, foram
denunciados o presidente do
Corinthians, Alberto Dualib, o
vice Nesi Curi, o empresário
Renato Duprat, intermediador
do acordo, o ex-diretor da MSI
Paulo Angioni e o advogado
Alexandre Verri, que tinha procuração da empresa.
O grampo identificou conversas sobre acertos financeiros para evitar o rebaixamento
corintiano. Ao tomar conhecimento do caso, o presidente do
STJD, Rubens Approbato, ordenou que ele indicasse um
procurador para requisitar o
áudio -isso foi feito ontem.
"Se houver provas de que teve isso, o culpado pode ser enquadrado no artigo 238 do
CBJD [Código Brasileiro de
Justiça Desportiva]", disse o
presidente do STJD.
O artigo fala em "receber ou
solicitar vantagem indevida em
razão de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou órgão da Justiça Desportiva, para
praticar, omitir ou retardar ato
de ofício, ou, ainda, para fazê-lo
contra disposição expressa de
norma desportiva".
Procurado, o Corinthians
não quis comentar o assunto.
Caso seja comprovada a fraude, o dirigente responsável pode ser punido com suspensão
de dois a quatro anos ou eliminação, em caso de reincidência.
Approbato, no entanto, disse
ainda ser prematuro falar em
punições para o Corinthians.
"Nesta matéria, prefiro analisar os resultados ainda."
Além de presidente do STJD,
ele é conselheiro corintiano e
opositor do presidente Alberto
Dualib. "Nesse ponto tenho de
me destituir de tudo. O que eu
acho, como corintiano, é que
sempre denunciei essa parceria. Tudo o que previ está acontecendo", afirmou ele.
O procedimento adotado
agora pelo STJD é semelhante
ao da Máfia do Apito, escândalo
de manipulações de resultado,
que acabou com o indiciamento de sete pessoas. Conversas
telefônicas gravadas pelo Ministério Público e pela Polícia
Federal revelaram a existência
de um esquema no qual árbitros manipularam partidas.
Ontem, o presidente da Fifa,
Joseph Blatter, disse ter tomado conhecimento do caso. "Tudo tem quer ser bem apurado."
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